Verificando-se que existe uma manifesta falta de cumprimento, com um aproveitamento imaginativo e até ao limite de cada uma das 52 excepções permitidas, e face a uma manifesta incapacidade por parte das autoridades de impor o cumprimento do que foi decretado, dentro dos limites do bom senso, mas fazendo respeitar o essencial, a tendência não pode ser senão a de uma evolução no sentido negativo.
Sendo manifesto que a imposição, recorrendo à força policial, de todas as decisões, controlando quem abusa das excepções, se revela impossível, a eliminação de uma parte destas excepções seria absolutamente essencial para diminuir o número de abusos, de forma a concentrar o esforço no controle do menor número de situações que, inevitavelmente, irão subsistir.
Acresce que, face a uma evolução que levou Portugal ao topo do número de infecções por milhão de habitantes e ao quarto lugar na classificação de vítimas mortais, mais do que a mera convicção, a absoluta certeza de que o atraso na implementação das medidas em vigor, a sua configuração, incluindo excepções, e concretização, que passa pela falta de controle efectivo, temos que prever o pior para a última quinzena de Janeiro, podendo esta fase entrar pelo mês de Fevereiro, com tudo o que de trágico tal implica.
Não estamos apenas diante de meros erros, mas de uma estratégia que obedece a prioridades políticas, de interesse pessoal, e que secundariza as populações, sendo disso exemplo o atraso na implementação de medidas até uma reunião no Infarmed que teve, como propósito, obter cobertura técnica para o que os decisores políticos não tiveram coragem de decidir, sendo certo que, mesmo que com menos dados a decisão podia ser menos acertada, do adiamento resultaram prejuízos infinitamente superiores aos de um eventual pequeno desacerto.
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