No entanto, fora dos grandes centros, sobretudo onde os turistas se acumulam no Verão, podemos esperar situações semelhantes, que não são inéditas, mas, após anos de desinvestimento e de falhas nos pagamentos a parceiros no socorro, tenderão a agravar-se, algo que o reforço do INEM, com as anunciadas 23 ambulâncias indicia, podendo esta ser apenas uma medida que fica entre o paliativo e a mera desculpa, antecipando o quão mal pode decorrer o socorro nesta época de férias.
Existe uma profunda interligação entre diversos factores para que o socorro seja efectuado da melhor forma e respeitando os tempos adequados, e a falta de planeamento urbano, que implica uma menor velocidade no envio de meios e no seu trajecto para uma unidade de saúde, que, como resultado da falta de médicos e outro pessoal, pode não se a mais próxima, agravado pela falta de coordenação e meios próprios, tem vindo a degradar o socorro em Portugal, com especial incidência nalgumas localidades, entre estas Lisboa.
Tal como é hábito, foi aberto um processo inquérito, que, não sendo promovido por uma entidade externa e independente, quase certamente irá apenas branquear uma situação lamentável, que expõe bem a fragilidade do socorro e o perigo em que todos vivemos, sabendo que, em caso de necessidade, podemos não ser socorridos atempadamente, com todas as consequências que tal implica.
As associações representativas dos técnicos de emergência, por terem conhecimento de diversos casos semelhante, algo que em nada nos espanta, já anunciaram que vão apresentar queixa junto do Ministério Público, no sentido de apurar integralmente o sucedido e responsabilizar quem, directa ou indirectamente, possa estar na origem destas falhas reportadas como comuns.
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