Esta diminuição de área ardida, que tipicamente acontece a seguir a um ano com uma vasta área ardida, resulta mais da descontinuidade e destruição de combustíveis do que de medidas estruturais que, infelizmente, continuam por ser decididas, num País onde o Interior continua a envelhecer, desertificar-se e empobrecer, tornando a prevenção quase impossível.
Com o avolumar do número de ocorrências e, nesta altura, várias dezenas de feridos, alguns com gravidade, tendo quatro bombeiros e três civis perdido a vida e com extensos danos materiais, incluindo-se a perda de casas de primeira habitação e veículos, a mobilização de meios e o pedido de apoio internacional, que, ao contrário do que sucedeu na Madeira, que recusou o apoio de bombeiros do Continente, foi quase imediato, aponta para a gravidade e para a complexidade da situação.
Ao contrário de muitos e apesar das detenções efectuadas, não concluímos imediatamente que sempre que se detectam múltiplos focos de incêndio, tal resulte de acção criminosas, cabendo às autoridades policiais investigar e estabelecer as causas, continuando a insistir que é da negligência e falta de prevenção que decorrem a maioria dos fogos, com as projecções resultantes do vento a originar vários focos, o que pode ocorrer num curto espaço de tempo.
Após anos com uma menor área ardida, e sem medidas preventivas adequadas, uma vaga de fogos teria que ser esperada, como consequência da acumulação de combustíveis e do abandono do Interior, não apenas por parte das populações, mas também pelo poder central, pouco disposto a investir verbas substanciais em circunscrições onde os votos pouco pesam no resultado final das eleições.
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