Incêndio florestal fora de controle
Mais grave é a situação na Galiza, em Espanha, onde a área ardida passou dos 2.241 para os 88.473 hectares no mesmo período, fruto dos terríveis incêndios que nos últimos dias assolaram a região.
Segundo um comunicado da Comissão Europeia (CE) datado de quarta-feira, que se antecipa ao da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, até 31 de Julho as chamas tinham destruído mais de 64.500 hectares em toda a UE, "verificando-se no início de Agosto um aumento acentuado do número de incêndios e das áreas ardias, sobretudo na Galiza e em Portugal".
Com quase 13.591 hectares referentes ao nosso País até ao fim de Julho, num total de 64.500 em toda a UE, facilmente se pode concluir a distância a que nos encontramos em termos de ordenamento do território e de prevenção dos nossos parceiros comunitários, ao contribuir com quase um quinto da área ardida mesmo antes desta quinzena devastadora.
A CE alerta ainda para o facto de no Norte da Europa ter sido registado um "risco invulgarmente elevado de incêndio em certas regiões na primavera e Verão", referindo que apesar disso os valores registados até ao momento são bastante inferiores aos observados em 2005, mas frisou que a "época de incêndios ainda não terminou".
A súbita descida das temperaturas e a chegada da chuva veio por fim a uma semana de verdadeiro inferno, permitindo um merecido descanso, bem como reorganizar um dispositivo que começava a dar provas evidentes de grande desgaste.
Mas para além do efeito sobre os incêndios, a chegada inesperada da chuva em pleno verão poderá expor algumas das consequências destes últimos dias, nomeadamente através da erosão ou do deslizamento de terras que perderam a sustentação devido à destruição de árvores, pelo que o alerta, infelizmente, terá que continuar.
Mesmo admitindo que esta grande vaga de incêndios possa ter terminado, as consequências em termos de segurança vão-se prolongar muito para além desta data, enquanto o impacto económico nas populações afectadas poderá perdurar por anos.
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