Manual de prevenção da Dashofer.pt
Esta é a resposta à afirmação de António Costa de que "a prevenção não produziu os efeitos desejados", mas diluindo a responsabilidade deste facto inegável pelos últimos 30 anos, enquanto realça o reforço feito pelo actual Governo nos meios de combate, que não são da responsabilidade do seu ministério.
"O ministro António Costa disse algo que eu subscrevo. Disse-o no momento oportuno, para lembrar que o Governo só podia fazer a aposta que foi feita: reforçar os meios de intervenção e combate", acrescentou Jaime Silva, no final da conferência de imprensa de apresentação da Estratégia Nacional para as Florestas.
"Tendo em conta que a prevenção só produz efeitos a médio e longo prazo, o Governo apostou no reforço dos meios de combate", salientou o ministro da Agricultura, para quem uma política de prevenção com resultados no espaço de um ano é "impossível, face a uma herança de outros Governos", para quem a prevenção esteve este ano "melhor do que nos anos anteriores".
Na verdade, para além do diluir da responsabilidade, não foi apontado nada de concreto que possa dar a entender que houve melhorias na prevenção, sendo que as próprias campanhas nesta área foram da responsabilidade não do ministério da Agricultura, mas da Administração Interna, a quem cabe a organização do combate.
Em termos de prevenção, para além de uma ausência de medidas estruturais, houve um manifesto falta de reconhecimento da importância estratégica da floresta, quer na sua vertente ambiental, quer a nível económico, incluindo neste último aspecto a exploração a nível turístico.
Se bem que a prevenção a longo prazo obriga a medidas que necessitam de anos para surtir efeito, e que passam pelo reordenamento, existem iniciativas que podem suprir algumas destas falhas através da necessária mobilização de cidadãos, algo que não foi tentado pelo Ministério da Agricultura, não obstante ter sido por nós contactado nesse sentido.
Assim, existe uma responsabilidade objectiva por parte da actual equipa deste ministério, cujo trabalho na área da prevenção, a ter existido, passou desapercebido e sem resultados visíveis, deixando aos responsáveis pela Administração Interna o ónus de um combate ao qual foi negada uma colaboração imprescindível.
Mesmo faltando ainda dois meses para a data em que se poderão tirar conclusões, relativamente à prevenção esta pode, desde já, ser avaliada de forma negativa, correspondente à inexistência de políticas quer de curto, quer de médio e longo prazo que venham a diminuir a incidência de fogos florestais.
É possível que uma política nova a nível estrutural, como diz o Ministro da Agricultura, não tivesse efeitos práticos este ano, mas o facto de não ter sido iniciada significa o adiamento de algo cuja necessidade se torna evidente em cada ano que se perde.
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