sexta-feira, julho 06, 2007

Primeiros grandes incêndios do ano no Alentejo


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Um incêndio no Verão de 2006

Mais de uma centena de bombeiros apoiados por 38 veículos e máquinas de rasto combatiam um incêndio florestal ainda não circunscrito em Mértola.

O incêndio deflagrou cerca das 16:30 na freguesia de Fernandes, numa zona de mato e floresta, e chegou a ter duas frentes,uma das quais lavra numa zona sem acesso a veículos, o que dificulta o combate.

Para auxiliar no combate foi enviados um grupo de reforço do distrito de Beja e outro de Faro e uma equipa de fogos tácticos de supressão.

Espera-se que com o auxílio dos reforços e a descida de temperatura, a frente ainda não circunscrita venha a ser controlada durante a noite.

Ainda ontem, outro incêndio devastou cerca de 50 hectares no concelho da Vidigueira, nos quais está incluida uma área da Reserva Ecológica Nacional e uma zona considerada Rede de Protecção Ambiental de Áreas de Montado de Sobro e Azinho.

Tal como nos casos que referimos anteriormente, o número de incidências a atingir áreas classificadas parece aumentar, sendo que o aumento de temperaturas que se fazem sentir no Sul do País poderão estar na origem dos incêndios de hoje, facto distinto dos ocorridos na Marinha Grande e que se deveram a mão criminosa.

A falta de verbas de diversas entidades, como o Instituto de Conservação da Natureza (ICN), bem como opções erradas em termos de prevenção, acabaram por aumentar a vulnerabilidade de muitas áreas de interesse estratégico, sendo disto exemplo o sucedido no Parque Nacional da Peneda Gerês no ano passado.

Sendo a opção do ICN afastar visitantes e não promover o aumento do turismo nas áreas que tutela, verifica-se que estas zonas perdem sustentabilidade financeira e, devido a uma cada vez maior desertificação, tornam-se sucessivamente mais vulneráveis aos incêndios.

Sem cair em exageros, a opção pelo turismo rural e pelo envolvimento da sociedade civil é, a nosso ver, o caminho a seguir para evitar que um desinteresse generalizado a nível público e privado provoque danos irremediáveis num património que, de tão esquecido, já não é de ninguém.

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