segunda-feira, junho 02, 2008

Material fora de prazo em Espanha equipa bombeiros portugueses


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Equipamento de protecção com kevlar

Uma viatura de combate a incêndios urbanos, com oito anos, quinze fatos de protecção, com cinco anos, e diverso material de desencarceramento foram oferecidos pela corporação de bombeiros de Huelva aos Voluntários de Barrancos.

Esta oferta resulta de um protocolo assinado o ano passado, após anos de colaboração entre os bombeiros de Barrancos e os da província de Huelva, que incluem a colaboração portuguesa nas áreas do socorro, transporte de doentes e combate aos fogos e poderá resultar, no futuro, na cedência de mais equipamentos.

O veículo, que novo custaria mais de 100.000 euros, tem neste momento cerca de 50.000 quilómetros e ultrapassou o limite de idade para se manter operacional em Espanha, mas representa um reforço significativo na capacidade de combate dos bombeiros de Barrancos e, eventualmente com algum tipo de manutenção, poderá prestar bons serviços por vários anos.

Relativamente ao fatos de protecção, orçados em 700 euros quando novos, já surgem outros problemas, dado que diversos compostos, como o kevlar, degradam-se e perdem a eficácia com o passar do tempo, acabando por deixar de oferecer protecção adequada e constituindo-se como autênticas armadilhas, razão pela qual devem deixar de ser utilizados após terminar o prazo estipulado pelo fabricante ou serem submetidos a testes periódicos, mesmo que tal implique sacrificar um exemplar.

No caso concreto do kevlar, utilizado em fatos ou equipamentos de protecção, que vão desde protecções balísticas até fatos de combate a fogos, existem tabelas resultantes de estudos práticos e testes reais, que demonstram a sua perda de eficácia a vários níveis, dependendo o espaço de tempo em que esta se verifica da qualidade do producto, do tipo de concepção, do número de camadas e de revestimentos exteriores ou intermédios, da selagem e de todo um conjunto de factores ambientais e de uso.

É manifesto que o periodo de validade real dos equipamentos detrioráveis exede aquele que consta das espeificações do fabricante, mas a partir deste limite devem ser realizados testes periódicos, normalmente semestrais, onde seja verificado qual o estado do equipamento e se este ainda oferece protecção adequada.

Estas cedências serão sempre benvindas, mas é necessário que quem delas beneficia adopte as medidas necessárias para que os equipamentos recebidos apenas sejam utilizados enquanto são eficazes, colocando-os de parte assim que as desvantagens ou os riscos ultrapassarem eventuais benefícios.

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