sexta-feira, junho 13, 2008

Para além da central de ambulâncias


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Veículo dos bombeiros de Felgueiras

No entanto, não é apenas a nível das ambulâncias de transporte que um novo sistema de coordenação devia ser implementado, dado que a actual estrutura organizativa origina desequilibrios de meios nas mais diversas vertentes da actuação das corporações, com situações de pico em que é patente a falta de meios, enquanto estes existem disponíveis nas proximidades e não são accionados por falta de informação.

Em Portugal, a falta de meios surge, em muitos casos, associada a má coordenação, opções políticas erradas, defeciências organizacionais ou a simple relutância em trabalhar em conjunto, prescindindo dos pequenos poderes pessoais que motivam tantos responsáveis, cuja postura dificulta a implementação das neessárias mudanças estruturais que todos sabemos serem necessárias.

A actual estrutura organizacional, baseada numa teia de corporações de voluntários, não pode continuar a existir como até aos dias de hoje, dado que apresenta graves fragilidades em termos de coordenação, de disponibilidade de efectivos, particularmente gravosa durante o periodo laboral, e de um sem número de vicissitudes, muitas das quais resulta das dificuldades económicas, mas também da falta de um núcleo profissional.

A opção por facilitar o recrutamento de equipas permanentes, de apenas 5 elementos, mesmo que, à posteriori, se aceitasse que no mesmo município houvesse mais do que uma equipa, resulta numa excessiva dispersão de meios e recursos que serve de paliativo, sem atacar problemas estruturais, pelo que apenas se obtém uma vantagem marginal, conseguida à custa de um grande sacrifício económico.

É absolutamente necessário mudar as mentalidades que condicionam ou limitam a cooperação e a integração, aceitando que sem alterações profundas na organização do socorro dificilmente Portugal atingirá a eficiência de outros países, onde uma maior centralização, o aumento da profissionalização e a implementação de modernos sistemas de comando e controle permite que, por vezes com menos recursos, os resultados sejam francamente superiores.

1 comentário:

Reinaldo Baptista disse...

O mais curioso disso tudo, é que no Verão os ECIN e os ELAC funcionam coordenados em muitas zonas, muitas das vezes dando apoio uns outros, mesmo entrando em outras AAP de outros corpos de Bombeiros, porque o grupo local já esta actuar noutra ocorrência.

Temos que analisar o que se entende profissionalismo, porque os Bombeiros voluntários somente não recebem pelo tempo despendido quando de serviço, e somente são voluntários para a sua instituição, fora disso são profissionais, porque a sua instituição “Bombeiros” é carecida financeiramente pelo o que faz, em qualquer área, como é sabido, mal mas é, se fosse bem as coisas estariam melhor.