segunda-feira, outubro 20, 2008

Médicos uruguaios do INEM impedidos de trabalhar


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Um helicóptero do INEM durante uma missão de socorro

Os 14 médicos uruguaios contratados por três anos pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no início de Julho ainda não podem desenvolver qualquer actividade clínica em Portugal dado faltar a respectiva inscrição na Ordem dos Médicos.

Estes médicos foram admitidos a 1 de Julho, recebendo um ordenado mensal de cerca de 3.000 euros e destinam-se a suprir a falta de médicos com que este Instituto se debate e que se tem vindo a agravar com o retorno a Espanha de diversos clínicos que integravam as tripulações das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER).

Os médicos uruguaios já receberam a formação prevista para a primeira fase, incluindo as vertentes da emergência pré-hospitalar, e um curso de viatura médica de emergência, que os qualificaria para começarem a actuar integrados no dispositivo operacional do INEM, mas continuam sem poder fazer mais do que acompanhar e observar o trabalho dos seus colegas do CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes).

Apesar de esta vertente da formação nos CODU estar prevista para se realizar futuramente, segundo informações do próprio INEM, o facto é que a integração dos médicos uruguaios não está a decorrer de acordo com o previsto e, neste momento a sua presença não representa o valor acrescentado que estes médicos, excluindo questões formais, efectivamente possuem.

O problema com os médicos uruguaios deve, no entanto, ser visto de forma mais alargada, quer na vertente do planeamento geral efectuado pelo INEM, que apresenta óbvias defeciências, quer na preocupante questão das equivalências universitárias, particularmente complexa e grave quando se trata de cursos realizados em países não comunitários, do que tem resultado um desperdício de mão de obra qualificada.

Este último problema, que afecta toda a sociedade portuguesa ao privá-la de um conjunto de emigrantes altamente qualificados, muitos deles provenientes da Europa de Leste e da América Latina, devia merecer uma especial atenção por parte das entidades oficiais e das que gerem o acesso a determinadas profissões, evitando condenar estes especialistas a profissões de recurso onde enquanto os impede de contribuir de acordo com as suas potencialidades para o desenvolvimento do País.

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