Efeitos de um nevão em Portugal
Perto de uma centena de pessoas que se faziam transportar em cerca de 50 veículos, foram resgatadas pela Protecção Civil perto de Chaves, no distrito de Vila Real, depois de terem ficado bloqueadas pela neve e gelo.
No concelho de Seia, o total de pessoas resgatadas de 4 autocarros e meia centena de veículos ligeiros ronda as 350 pessoas, enquanto em Cabeceiras de Basto, no distrito de Braga 56 passageiros foram retirados de um autocarro e transportados para as instalações do corpo de bombeiros local, enquanto o veículo estiver imobilizado.
Os distritos de Vila Real, Viseu, Guarda e Aveiro, para onde desta vez não foram enviados reforços, são as mais afectados, com a situação a prolongar-se desde o fim de semana até à noite de hoje, com diversas vias de comunicação a permanecer encerradas e automobilistas a permanecerem retidos.
Mesmo alegando que houve este Inverno mais nevões do que em anos anteriores, trata-se de uma evolução continuada e previsível, pelo que era óbvio que os equipamentos e meios deviam ser sido previstos, tal como sucede com outro tipo de calamidades naturais, nomeadamente, no caso dos incêndios florestais.
As opções tomadas, meramente reactivas, sem uma previsão do futuro e um planeamento cuidade, são responsáveis por muitas das sucessivas falhas a nível de protecção civil, concretamente quando se verifica que nevões que pouco efeito têm, por exemplo, em Espanha, paralizam parte do País e isolam diversas povoações.
Se a raiz do problema é estrutural, com uma manifesta falta de planeamento integrado, patente em obras e vias que não foram preparadas para resistir ao mau tempo, a resposta é igualmente insuficiente, demonstrando mais uma vez que pouco foi feito antecipadamente, optando-se pelo sempre fácil mas perigoso navegar à vista da costa.
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