domingo, janeiro 25, 2009

LBP critica "folclore" da ANPC para "tapar os olhos ao povo" - 2ª parte


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Dificuldades de circulação devido à neve

O reforço que agora se verifica acaba por dar razão a quem na altura afirmou realmente houve falhas a vários níveis, que "o Comandante Nacional tanto teimou em rejeitar e negar", mas que agora parece ser evidente e levou a mobilizar meios de outras zonas do País, aparentemente sem uma coordenação com as corporações locais.

O custo desta mobilização terá andado pelos 25.000 euros, mas para além do valor subsistem as dúvidas quanto à sua adequação às necessidades e se o mesmo não poderia ter sido feito com custos menores recorrendo às corporações existentes na região, que têm a vantagem de conhecer melhor o terreno.

Nestes dias, em que houve alerta vermelho em diversos distritos e o encerramento de várias barras a Norte do Tejo, algumas estradas ficaram cortadas, mas não houve, objectivamente, o caos a que assistimos uma dezena de dias antes, sem que se verificasse um elevado número de veículos bloqueados.

Podendo ou não ter havido "folclore", para usar a expressão utilizada, a reacção das autoridades foi francamente mais pronta e eficaz, tendo também contribuido uma maior sensibilidade das populações, sobretudo dos automobilistas, que adoptaram uma postura mais prudente, tendo aparentemente aprendido algo com o lamentável episódio de há dez dias.

No entanto, para além dos problemas relacionados com o socorro, verifica-se que Portugal não está minimamente preparado em termos de estruturas viárias, tipo de equipamentos, habitação e tantos outros, devidamente preparado para temperaturas ou condições climatéricas que se afastem dos valores normais para a época, apresentando inúmeras vulnerabilidades.

Independentemente das suas responsabilidades, não pode a ANPC evitar que sucessivos erros de planeamento, de legislação inadequada ou de falta de prevenção tenham um efeito que pode ser devastador em casos extremos, tal como tende a acontecer quando surgem sucessivas vagas de calor, as quais tenderão a ser cada vez mais numerosas.

Será pois ao poder político, em última instância, que devem ser assacadas as responsabilidades pelo essencial do problema, que em muito supera um possível "folclore" que, sendo sempre criticavel, é por demais secundário fae à gravidade da actual situação e ao risco de se agravar no futuro.

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