quarta-feira, março 11, 2009

90% dos incêndios urbanos começam em edifícios em obras


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Um incêndio num prédio abandonado

Usando os dados da Câmara Municipal do Porto, a percentagem de incêndios urbanos que têm origem em edifícios em obras de construção, reconstrução ou manutenção ronda os 90%.

São também numerosos os fogos em prédios devolutos ou abandonados, muitas vezes ocupados de forma clandestina ou usados como vazadouros, acumulando lixo e materiais altamente inflamáveis, e onde a detecção de ocorrências tende a ser efectuada com algum atraso.

Nesta época de crise, o risco aumenta, com um crescente número de habitações a serem desocupadas, obras interrompidas ou recurso a materiais de pior qualidade, numa tentativa de poupar nos custos de construção, sendo visível o estado de abandono de muitos centros urbanos e bairros populares, onde a probabilidade de um fogo com consequências graves surge como particularmente elevado.

As desastrosas políticas que resultaram no actual caos urbanístico, no absurdo preço das habitações e na desertificação ou envelhecimento de extensas áreas urbanas não resulta apenas num desastre social e ambiental, mas também num enorme risco de incêndios que, em locais de construções antigas, pode propagar-se com rapidez, atingindo proporções de desastre.

Tal como acontece em áreas florestais, são as políticas que criam os cenários, não sendo possível corrigí-las reactivamente através do reforço dos meios de socorro, pelo que a actual visão de mero controle de danos deve ser rejeitada e os seus responsáveis devidamente punidos pela sua completa irresponsabilidade.

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