Sem por em causa a importância da barragem e de progredir no sentido da auto-suficiência energética, que se farão sentir tanto agora como no futuro, torna-se necessário ter em atenção que existem decisões para as quais não há retorno e que, ao serem tomadas, condicionam todo o modelo de desenvolvimento de uma dada região, bem como um conjunto de opções futuras que deixarão de existir.
A questão da Linha do Tua, mais do que um caso concreto, que não deixa de ser relevante, espelha a permamente sobreposição do imediatismo sobre a sustentabilidade, incluindo aqui os próprios valores culturais que se irão perder esmagados por uma massificação e pela padronização de usos e costumes.
Obviamente existe uma pressão popular, sobretudo a nível local e nas zonas mais deprimidas que não se compadece com perspectivas de um futuro distante, no qual poderão já ter sido forçadas a abandonar a sua zona de residência, mas este desespero tende a ser explorado pela classe política em proveito próprio, oferecendo supostas soluções que apenas resultam no curto prazo.
Da manifesta falta de imaginação e de trabalho resulta a falta de planeamento e de uma visão integrada de desenvolvimento, necessária para perspectivar soluções de futuro onde se alie a sustentabilidade económica a médio e longo prazo com a satisfação de necessidades imediatas que, muitas vezes, passam pela solidariedade nacional.
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