sexta-feira, maio 08, 2009

Incêndios, calor e desertificação - 3ª parte


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Combate a um incêndio florestal

Exceptuando razões ambientais, o investimento na defesa de largas zonas quase despovoadas, onde a agricultura não existe e de onde não se extrai riqueza, quase parece algo de supérfulo, constituindo um risco para quem aí enfrenta as chamas que devastam algo cujo valor é pelo menos dúbio.

Efectivamente, perante o abandono generalizado do Interior e uma manifesta insustentabilidade, quase se pode equacionar sobre os investimentos que são feitos não apenas na defesa de algo que não produz riqueza e em injecções de capital em projectos ou incentivos que não encontram complementaridade em planos mais generalizados ou globalizados.

Sem uma opção de fundo no sentido de repovoar o Interior, para o que são necessárias quer políticas, quer sinais de que este não será abandonado, o combate contra os fogos acaba por resultar inútil do ponto de vista económico, dado não estar, efectivamente, a defender nem uma riqueza a ser explorada nem uma população que aí já não reside.

Falta, desde há muito, uma política integrada, sendo de recordar que já existiram ministérios de planeamento, em tempos passados, e que hoje esta necessidade para determinar as principais opções estruturais parece esquecida em prol de um conjunto de cargos políticos cujo trabalho surge como inadequado face às exigências de um País que se perde.

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