Em áreas economicamente mais deprimidas e despovoadas, como o Alentejo, o número de suicídios entre os mais idosos revela-se mais elevado do que no restante país, podendo ainda encontrar-se uma possível explicação derivada das diferenças em termos de convicções religiosas.
A influência da religião católica no Alentejo e Sul do país é manifestamente menor, e a condenação do suicídio, facto que implica um estigma social não apenas para quem o pratica, mas que recai sobre a própria família, tende a condicionar e contrariar esta opção.
A ideia de que quem já não consegue ser útil a sí próprio ou aos outros deve desaparecer, alicerçada em tradições populares e mesmo na expressão literária, continua a existir, com especial incidência em zonas empobrecidas, onde uma redistribuição dos parcos recursos existentes por um menor número de consumidores pode, em teoria, resultar numa melhor qualidade de vida dos sobreviventes.
Esta vertente, que resulta de um misto de racionalidade, mesmo que a conclusão esteja errada, e de factores psicológicos, que incluem os componentes mais habituais, mas onde o desespero é normalmente mais ausente, resulta em actos de suicídio sobretudo entre os mais idosos habitando em regiões deprimidas, com especial incidência para aqueles que perderam o companheiro(a) de uma vida.
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