sexta-feira, janeiro 15, 2010

Suicídio - algumas considerações - 4ª parte


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Idosos no Alentejo

A viuvez, sobretudo após a partida dos filhos, algo cada vez mais comum em zonas economicamente insustentáveis, as longas distâncias resultantes de povoamentos dispersos com escassos habitantes, a falta de recursos e o agravamento ou degradação dos estado de saúde são factores potenciadores, cada vez mais difíceis de contrariar quando as opções políticas vão no sendido de reduzir as valências no Interior.

Este isolamento, aliado a uma significativa dispersão populacional que pode limitar ou mesmo impedir o convívio regular, não é compensado pelos mecanismos de apoio social, incapazes de uma resposta eficaz, sendo patente que as povoações mais compactas a Norte oferecem melhores condições a nível de apoio do que a maior dispersão que se verifica, por exemplo, no Alentejo.

A proximidade física, tem reflexos óbvias a nível psicológico, mas também na interacção essencial para resolver os pequenos problemas do dia a dia e mesmo situações mais complexas, evitando que pequenos incidentes assumam contornos de maior gravidade, os quais tendem a ter graves reflexos futuros.

Estes incidentes, que noutras circunstância seriam quase inconsequentes, numa situação de maior isolamente podem implicar sérios traumas, transmitindo uma sensação de abandono, que será tanto maior quanto mais longo o tempo de espera por socorro ou por uma simples ajuda, solidificando a convicção de inutilidade.

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