A falta de estudo e de análise das interligações entre os vários fenómenos naturais espelha a ausência de uma visão integrada da realidade nacional, onde cada acontecimento é analisado de forma isolada, esquecendo-se causas e consequências, como se o mesmo existisse por sí só e afastado de qualquer cadeia cuja existência é necessário averiguar.
Analogamente, as opções políticas surgem de forma desgarrada, falhas de uma visão de conjunto e sem estudos que avaliem quais as repercussões que têm fora do seu âmbito directo, sendo as consequências observadas com um misto de espanto e de revolta, como se diante de imprevisibilidades que escapam a qualquer lógica.
Mais grave ainda, eventuais medidas correctivas baseiam-se no mesmo tipo de perspectiva sectorial, novamente sem um estudo atento dos efeitos colaterais, numa cadeia que tende a prolongar-se indefenidamente, com pesados custos para o erário público e para as próprias populações, as quais, em última instância, sofrem as consequências das más decisões governamentais.
Quando chegar verdadeiramente a época das chuvas, todas as consequências dos fogos deste Verão serão bem mais evidentes e aquilo que hoje é facilmente previsível através da simples observação de algumas encostas devastadas pelas chamas, será tido com um incrível azar e uma inevitabilidade do destino por parte de quem, pela sua criminosa negligência, não adoptou as medidas necessárias para o evitar.
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