quinta-feira, junho 18, 2020

Os incêndios florestais em tempos de pandemia - 2ª parte

Entre as actividades afectadas encontra-se a limpeza dos terrenos, que requer disponibilidade de meios e a respectiva movimentação, fortemente restringida durante a vigência das medidas de confinamento, bem como os trabalhos de manutenção de caminhos florestais, bem como todo um conjunto de operações a nível de logística que permitem dispor de meios de reserva para a época mais crítica.

As medidas restritivas que vigoraram durante meses, bem como o esforço efectuado por muitas corporações na complexa missão de transporte de possíveis infectados, com tudo o que tal implica em termos de disponibilidade de pessoal e de meios, bem como as tarefas acessórias, como a descontaminação de veículos, representa um desgaste acrescido num período que antecede o de maior empenho de todo o efectivo.

Por outro lado, o escrutínio da preparação desta campanha, incluindo-se aqui as sempre polémicas contratualizações e aquisições de meios, bem como a disponibilidade atempada dos mesmos, foi relativamente ignorada num período em que a pandemia ocupava os noticiários, relegando para um plano muito secundário o que de resto se passava no País.

Existe, ainda, o risco de uma segunda vaga da pandemia, que alguns especialistas antecipam como provável, chegar ainda durante o período crítico de incêndios florestais, o que criaria um cenário particularmente complexo, dificultando as operações na medida em que a sua condução terá que coexistir com um conjunto de restrições que visam evitar o contágio.

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