domingo, junho 14, 2020

Um país sem serviço postal universal - 2ª parte

Entre pedidos de reembolso aos fornecedores, do que resulta conflitualidade, incluindo quebra de relações comerciais, e injustiça, caso tenham enviado as encomendas que nunca chegaram, à impossibilidade de finalizar projectos dentro do prazo, resultando na perda do tempo e investimento realizados, comprometendo actividade futura, passando pelo acréscimo de custos que resultam da necessidade de optar por outros meios de envio, os prejuízos contabilizáveis, apenas no meu caso pessoal, são de várias centenas de Euros.

Acresce o tempo de trabalho perdido, seja nos processos de reclamação, seja na resolução de problemas ou nas próprias estações dos CTT, cada vez mais escassas e onde a demora tem vindo a aumentar para alcançar valores que, na totalidade nacional, serão extremamente elevados e que justificam uma averiguação, sendo certo de que o desempenho dos CTT tem um efeito negativo na competitividade do País e no crescimento económico deste.

Sabendo que a esta situação será vivida por tantos outros, e os CTT têm milhões de clientes, entre particulares, empresas e instituições, o valor será astronómico e deve ser avaliado, inquirindo um conjunto de clientes representativos, e usando a amostra para estimar o total, que, não me espanta, se for da ordem das centenas de milhões de Euros, correspondente a uma destruição de valor inaceitável e que merece ser investigado pelas autoridades competentes.

Naturalmente, reportamos sempre este tipo de situação à ANACOM, realçando que, face ao incumprimento permanente, é inaceitável que algo estruturante para o País, como o Serviço Postal Universal, esteja entregue a uma empresa que não cumpre o contratualizado, esperando que, face a este desempenho, os CTT não se possam candidatar a um novo contrato neste âmbito, impedindo que o serviço de correio em Portugal continue neste estado de permanente degradação.

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