segunda-feira, agosto 03, 2020

"A sorte ajuda os audazes" - 4ª parte

Assim, não mesmo que não se possa imediatamente tirar conclusões, a prudência deve imperar e proceder-se, com a rapidez possível a uma conjugação dos dados obtidos através das averiguação perliminares dos vários acidentes, mesmo aqueles dos quais não resultaram vítimas mortais, pois a ocorrência ou não de mortes pode resultar de detalhes ou factores específicos, de modo a extrair as conclusões possíveis e, caso julgado necessário, introduzir alterações aos procedimentos actuais.

É inadmissível esperar pela conclusão das várias investigações em curso, sempre morosas, ou pelo fim da época de maior intensidade de incêndios florestais, para verificar se existem causas que possam ser devidamente indebtificadas e adoptadas as medidas necessárias, de modo a que estas tenham efeito o mais cedo possível, evitando, tando quanto possível, que existam mais vítimas.

Não podemos deixar de recordar que a expressão "a sorte ajuda os audazes" tem raizes militares, sendo uma forma de transmitir a importância que uma acção inesperada, eventualmente arriscada, se possa revelar decisiva, tal o seu grau de imprevisibilidade e o efeito psicológico que pudesse provocar, mas que tal, face ao fogo, não é apenas inviável como, quase sempre contraproducente, contrariando os princípios básicos de prudência e a disciplina táctica que levou anos a implementar.

Esta expressão proferida pelo Presidente da República, infelizmente, traduz a triste realidade, onde parece que, entre equipamentos de protecção individual e a sorte, a opção foi por esta última, num jogo arriscado, talvez adequado para um casino, mas que, quando está em causa a vida humana e face à probabilidade estatística, inevitavelmente resultará na morte de diversos operacionais, facto indesmentivelmente demonstrado pela realidade a que assistimos.

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