quarta-feira, agosto 10, 2005

A prevenção não vende


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Randall Enos


Nos meses de Verão, quando o País está ausente para férias, restam poucos motivos de interesse noticioso que mantenham as audiências de jornais ou canais televisivos.

Ficam os incêndios florestais, acompanhados pelas imagens mediáticas e sempre espectaculares das chamas em progresso ou do apelo ao sentimentalismo perante o lamento das vítimas, num contraste flagrante com o País idílico apresentado em programas que promovem o turismo rural, onde a protecção da Natureza é esquecida, e cujas paisagens apresentadas muitas vezes já só existem nas imagens recolhidas quando estas vão para o ar.

Mas para além das inúmeras reportagens, algumas de gosto mais do que duvidoso, somos ainda brindados com um sem número de debates cujo conteúdo bem podia passar de um ano para outro, tal a falta de alterações de um ano para outro.

Realmente, um debate feito há dois anos bem podia ser repetido hoje sem que alguém se apercebesse da diferença através do conteúdo, onde apenas os protagonistas são novos, mas transmitem ideias antigas, num misto de idealismo e de impossibilidade prática, como se vivessem num universo alternativo onde basta o mero desejo para que este se torne em realidade.

E quando se propõe uma acção mais eficaz no campo da prevenção, seja através de programação específica ou da simples inserção de spots publicitários ou de intervenções em espaços noticiosos, a resposta é o silêncio.

Pode-se concluir que a prevenção não vende, não satisfaz o gosto mórbido de audiências que procuram o sentimentalismo enquanto aguardam, os primeiros apelos à solidariedade de forma a poderem satisfazer o ego e esquecer a responsabilidade pela sua falta de acção.

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