quinta-feira, dezembro 22, 2005

Câmara vai identificar pontos negros de Lisboa


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Passagem de peões obstruida por obstáculos

Os objectivos do plano da Câmara Municipal "Lisboa Capital de Segurança Rodoviária" passam pela intervenção nos chamados "pontos negros" e ainda por uma vertente pedagógica, a fim de apelar aos condutores e aos peões para uma mudança de comportamentos.

"Os estudos da Direcção-Geral de Viação (DGV) indicam os locais onde há mais acidentes, mas não referem pontos específicos", disse ao Correio da Manhã fonte do gabinete da vereadora da Mobilidade, Marina Ferreira, qua acresceu "por exemplo o Campo Grande é uma zona de risco, mas em que parte?".

O plano que vai ser lançado, pretende responder a questões como esta, para que a Câmara possa actuar com a sinalização e a semaforização necessárias, mas por outro lado, ainda de acordo com a mesma fonte, "a questão da segurança rodoviária envolve toda a sociedade civíl".

Assim sendo, o plano "Lisboa Capital de Segurança Rodoviária" passa também por uma vertente pedagógica, pelo que "vão ser feitas acções de sensibilização junto dos alunos dos 1º, 2º e 3º Ciclos, para aprenderem os comportamentos que devem adoptar quando circulam em Lisboa".

Por seu lado, a campanha "100% Cool", também integrada neste projecto, será direccionada para os alunos do ensino secundário dado que a campanha visa incentivar os jovens a escolher um condutor que não beba álcool durante as saídas nocturnas.

No entanto, tratando-se de problemas estruturais e de mentalidades que um simples plano de prevenção, por muito eficaz que seja, não pode resolver, a abordagem desta questão deverá ser efectuada de forma integrada, incluindo as vertentes urbanísticas para além da questão rodoviária, algo que parece fora do âmbito dos planos camarários.

Esta situação é tanto mais grave dado o completo divórcio entre as instituições e a sociedade civíl, fruto de um cada vez maior clima de desânimo e desconfiança agravados pela actual crise económica, pelo que , antes de fazer apelos, será conveniente reactar um relacionamento há muito cortado.

Não é apenas neste caso que a mobilização dos cidadãos é fundamental, pois já o referimos na necessidade de participação popular na prevenção dos incêndios, mas pelas respostas recebidas pelos organismos públicos, os apelos que estes fazem não passam de mera retórica inconsequente, muito provavelmente com a secreta esperança que sejam ignorados.

Efectivamente, o Estado e as entidades públicas não se sentem à vontade a cooperar com a sociedade civíl, pelo que todos os apelos a que assistimoscontinuamente parecem enquadrar-se tão somente numa perspectiva do "politicamente correcto" e nunca em iniciativas que visem uma participação activa dos cidadãos.

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