quarta-feira, junho 21, 2006

Combate à desertificação por satélite


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Imagem de satélite de Portugal em chamas

Portugal vai acompanhar a evolução da desertificação, com base no histórico dos últimos 30 anos e em imagens de satélite, para perspectivar cenários futuros, segundo informou à agência Lusa o coordenador do Programa Nacional de Combate à Desertificação.

O sistema, instalado na Direcção Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, deverá estar operacional até ao final do ano, e permitirá acompanhar também a execução das propostas do Programa Nacional de Políticas de Ordenamento do Território, adiantou Vítor Louro, na véspera da comemoração do Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca.

O sistema baseia-se nos indicadores do Desertwatch, um projecto que está a ser desenvolvido pela Agência Espacial Europeia e pretende fazer uma avaliação da ocupação do solo na região mediterrânica nos últimos 30 anos e traçar cenários até 2034.

O coordenador do Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação (PANCD) admitiu que a concepção e a aplicação de medidas para combater a desertificação nem sempre são as mais eficazes e considerou que deve haver um maior envolvimento e participação das pessoas neste problema.

"Nem sempre são os meios que fazem falta, mas sim uma aplicação capaz desse meios", salientou o especialista.

A associação ambientalista Quercus reclama, no entanto, mais recursos para combater este fenómeno, que afecta mais de um terço do território nacional, num total de 36%, e considera que Portugal continua a ignorar o problema.

Os ambientalistas recordam, em comunicado, que o PANCD não tem financiamentos próprios e que o Observatório que devia ser criado para este efeito não chegou a ser constituído.

O problema da desertificação, frisa a Quercus no documento, tende a ser cada vez mais grave "num quadro de alterações climáticas cada vez mais notórias" e devido à "forma displicente como a utilização e ocupação dos solos tem sido desenvolvida em Portugal".

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