Bombeiros do Algarve em acção em 2005
Mesmo assim, um avião pesado Canadair e dois helicópteros cuja utilização só estava prevista, respectivamente, para meados e final de Junho, reforçam, desde hoje, o dispositivo de combate a incêndios, demonstrando que o actual dispositivo é insuficiente.
Assim, perante o cenário a que assistimos em Barcelos, onde um secretário de Estado foi recebido em fúria por uma população desesperada por dias consecutivos a combater as chamas, com um apoio aéreo que demorou três dias a chegar e veio de Espanha, o ministro que tutela o sector considera que tudo correu bem, havendo apenas a necessidade de ajustar o dispositivo e a estratégia definida "à situação concreta do momento".
Dando um especial enfase ao facto de no final de Maio e início de Junho o risco de incêndio ter sido "bastante superior à média", mesmo perante as evidências, continua a sustentar que o sistema "tem estado a responder", mesmo que, na nossa opinião, essa resposta peque por tardia e ineficaz.
Mais grave do que as falhas iniciais na preparação ou do que as promessas não cumpridas, como a não entrega dos equipamentos de protecção individual, é a incapacidade de ver a realidade, nomeadamente a dificuldade dos bombeiros em combater as chamas e o desespero das populações atingidas.
Eventualmente, quem tutela o sector não vive no mesmo País onde as florestas ardem descontroladamente, recebe notícias filtradas por um qualquer orgão de censura ou, simplesmente, perfere negar a realidade, como se com isso esta pudesse mudar.
Desconhecemos qual destas hipóteses está correcta, mas não são estes os líderes de que o País precisa.
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