quinta-feira, junho 08, 2006

Governo diz que não há falhas no combate aos incêndios


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Bombeiros do Algarve em acção em 2005

No dia em que um incêndio na Trofa se aproximou de fábricas e casas, com quatro incêndios por circunscrever, o Ministro da Administração Interna, António Costa, justificou, em Castelo Branco, a antecipação da entrada ao serviço de três meios aéreos de combate a incêndios com as condições climatéricas que se verificam em Portugal, enquanto garante que "não há falhas no combate aos incêndios".

Mesmo assim, um avião pesado Canadair e dois helicópteros cuja utilização só estava prevista, respectivamente, para meados e final de Junho, reforçam, desde hoje, o dispositivo de combate a incêndios, demonstrando que o actual dispositivo é insuficiente.

Assim, perante o cenário a que assistimos em Barcelos, onde um secretário de Estado foi recebido em fúria por uma população desesperada por dias consecutivos a combater as chamas, com um apoio aéreo que demorou três dias a chegar e veio de Espanha, o ministro que tutela o sector considera que tudo correu bem, havendo apenas a necessidade de ajustar o dispositivo e a estratégia definida "à situação concreta do momento".

Dando um especial enfase ao facto de no final de Maio e início de Junho o risco de incêndio ter sido "bastante superior à média", mesmo perante as evidências, continua a sustentar que o sistema "tem estado a responder", mesmo que, na nossa opinião, essa resposta peque por tardia e ineficaz.

Mais grave do que as falhas iniciais na preparação ou do que as promessas não cumpridas, como a não entrega dos equipamentos de protecção individual, é a incapacidade de ver a realidade, nomeadamente a dificuldade dos bombeiros em combater as chamas e o desespero das populações atingidas.

Eventualmente, quem tutela o sector não vive no mesmo País onde as florestas ardem descontroladamente, recebe notícias filtradas por um qualquer orgão de censura ou, simplesmente, perfere negar a realidade, como se com isso esta pudesse mudar.

Desconhecemos qual destas hipóteses está correcta, mas não são estes os líderes de que o País precisa.

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