quarta-feira, junho 07, 2006

Uma lição de história: Normandia


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Foto tirada durante o desembarque (Frank Capa)

Durante a preparação para o inevitável desembarque Aliado, duas estratégias entraram em confronto no interior do Estado Maior alemão.

A primeira, defendida por parte de um grupo de militares tradicionalistas, preconizava a necessidade de dar algum espaço aos invasores, para depois os aniquilar numa batalha clássica.

A segunda, sustentada por um pequeno número de generais, garantia que era nas praias que se travaria o combate decisivo e que uma vez em terra, não haveria possibilidades de expulsar um inimigo que aumentaria de número de dia para dia.

Prevaleceu a primeira opção, com os resultados que todos conhecemos, mas destes pode-se extrair a conclusão que é sempre no início, quando ainda está mais vulnerável, que se deve confrontar qualquer inimigo.

A opção por atacar os incêndios florestais no início, mesmo utilizando forças que habitualmente são mantidas como reserva, de modo a evitar a sua propagação, surge como a mais adequada, partindo do princípio que haverá disponibilidade de meios para o fazer sem comprometer o ataque a novas incidências.

Assim, a utilização de helicópteros com capacidade de largar água e, simultâneamente transportar equipas, capazes de maximizar em terra o efeito das descargas para neutralizar incêndios logo à nascença, parece-nos uma opção correcta e que poderá dar os seus frutos.

Por outro lado, os aviões pesados, mantidos como reserva, poderão ter uma actuação mais eficaz se guiados de terra pelas equipas aí colocadas a partir dos helicópteros, deste que estas possuam os necessários equipamentos de orientação e comunicações que permitam uma coordenação com estes meios.

Infelizmente, analizando os incêndios recentes, a opção parece ser a de não usar os meios nem numa primeira intervenção, nem como reserva estratégica, pelo que nos interrogamos quanto à utilidade dos meios contratados e a quem realmente interessa este negócio.

Resta-nos, pois, lembrar o texto da autoria de José Gomes Ferreira, publicado o ano passado, no qual se questiona a quem, efectivamente, interessa que Portugal seja hoje em dia mais conhecido junto dos seus parceiros europeus pelos incêndios do que pelas praias.

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