sexta-feira, janeiro 26, 2007

Ministro anuncia reforço de meios e serviços de urgência no Alentejo


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Viatura Médica de Emergência e Reanimação

O ministro da Saúde anunciou ontem a disponibilização de novos meios de socorro para o Alentejo, com um reforço que irá incluir mais duas viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER), quatro serviços de urgência básica e quatro unidades rápidas de suporte intermédio de vida.

Este conjunto de medidas foi anunciado no termo de uma visita surpresa ao Alentejo, que incluiu os centros de saúde de Odemira e de Castro Verde e reuniões com autarcas, bombeiros e responsáveis dos serviços de saúde da região.

Correia de Campos afirmou, numa conferência de imprensa em Évora, que "apesar das dificuldades orçamentais, o Governo está empenhado em levar os cuidados de saúde de urgência e emergência a toda a população, mesmo que ela se situe nos sítios mais distantes do país".

Este reforço de meios do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no Alentejo decorre da morte de dois homens em Odemira, em que o socorro se prolongou por várias horas e levantou uma acesa discussão relativamente aos meios disponíveis.

Lembramos que um homem de 57 anos morreu sábado no Centro de Saúde de Odemira, vítima de ataque cardíaco, quase quatro horas e meia depois de accionado o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e que menos de quinze dias antes, um outro morreu na sequência de um acidente ocorrido no mesmo concelho, após operações que de socorro se prolongaram por várias horas do que resultou apenas ter dado entrada num hospital de Lisboa mais de seis horas depois de accionados os primeiros meios de emergência médica.

Na sequência destas mortes e apesar de ter recusado um inquérito, o ministro da Saúde viu-se, na prática, forçado a reconhecer que os meios disponíveis eram insuficientes para um socorro atempado no Alentejo.

Esta é, no entanto, algo que vemos como uma mera reacção a duas mortes que, eventualmente, poderiam ter sido evitadas, mas que não soluciona as carências que se vivem em muitas zonas remotas do País, onde os meios continuam a ser escassos e as acessibilidades mais difíceis do que no Alentejo.

Com a actual disposição de meios, interrogamo-nos se será preciso que se verifiquem mortes em circunstâncias semelhantes noutro distrito para que os dispositivos também aí sejam reforçados.

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