O novo Defender polui menos do que a maioria dos veículos
Naquilo que pretende sejam medidas que reduzam os níveis de emissão de CO2, o BE pretende ainda que seja interditado a prazo o transporte rodoviário de longa distância, considerando que se trata de "uma das grandes mudanças estruturantes" a nível de medidas ecológicas.
O ataque aos veículos 4x4, que pela descrição não se entende se estamos a tratar de veículos todo o terreno ou de automóveis comuns com tracção integral, insere-se numa tendência que várias organizações que se auto-intitulam de ecologistas têm vindo a proseguir, numa tentativa de manipulação da opinião pública.
Se por um lado os veículos 4x4, mesmo considerando apenas os todo o terreno, têm motores idênticos aos de outros modelos, com níveis de poluição sensivelmente idênticos aos seus congéneres com a mesma cilindrada e peso, a descriminação destes apenas pode resultar de uma inadmissível ignorância ou de uma tentativa de manipulação da opinião publica.
Há muito que existe uma tendência para considerar os 4x4 como veículos de luxo, acessíveis apenas a uns poucos e que, em consequência, os tornam e aos seus proprietários alvos fáceis de invejas e outros sentimentos mesquinhos, tal como o poderão ser os detentores de outros bens considerados "sinais exteriores de riqueza", como iates ou aviões particulares que, seguindo a mesma lógica ou a falta dela, poderão ser igualmente proibidos.
Este proposta do BE, para além de merecer todo o repúdio por parte de quem vê na prática de todo o terreno a possibilidade de uma intervenção social, que pode contribuir para lutar contra os incêndios florestais e ajudar a desenvolver áreas no Interior do País, demonstra uma falta de reflexão, de conhecimento e de perspectivas que, infelizmente, é cada mais frequente entre a nossa classe política.
Resta lembrar ao BE, e a outros que sugiram algo de semelhante, que os praticantes de todo o terreno fazem mais, em termos práticos e concretos, pela protecção da Natureza do que todos os políticos portugueses, os quais nunca foram capazes de adoptar medidas realistas, exequíveis e eficazes para combater as principais causas de emissões poluentes em Portugal.
4 comentários:
Apoiado.
Outro dia fui confrontado com uma coisas do género. O presidente da câmara de Paris queria proibir a entrada de veículos TT na grande Cidade...
Um qualquer, actual ou não, veículo de TT, gasta menos combustível, e consequentemente polui menos, que qualquer outro veículo de destribuição de produtos e/ou serviços, tipo FordTransit, ou Toyota Dyna...
É que entretanto os motores têm sido construídos (e há já muitos anos) de acordo com as leis ambientalistas que se têm inventado (e bem).
Por isso não tou a ver onde querem realmente chegar.
Abraços
Olá
Vejo a proposta sob duas perspectivas, sendo a 1ª o eleitoralismo barato que sempre resulta da associação entre os SUV e a riqueza e a inveja que daí resulta.
A 2ª, é dúbia, pois em termos de poluição esta não depende de ser um TT e sim das normas a que obedece. Os consumos também não resultam deste facto, pelo que a abordagem é tecnicamente incorrecta. Quando muito, podia-se atacar o problema da segurança, mas existem muitos outros modelos mais pesados e agressivos, pelo que a generalização é, no mínimo, infeliz.
Um abraço e obrigado pelos comentários.
Isto é apenas mais uma demonstração de que as leis são propostas sem um mínimo conhecimento de causa. Sou praticante de todo-o-terreno há cerca de uma década. Ora, neste período, orgulho-me, sim, orgulho-me de ter impedido 3 incêndios florestais na zona de Torres Novas, que pelas características da floresta, produz quase sempre grandes fogos. Se contabilizar-mos a quantidade de co2 que seriam emitidos por essas 3 catástrofes, posso afirmar que as emissões do meu TT e mais meio milhar de outros como ele estão saldadas pelos próximos anos! Quero ver os senhores do BE de enxada na mão a abrir corta-fogos e aceiros.
Um bem-haja a todos os praticantes que se preocupam com a nossa floresta.
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