Bombeiros durante o combate a um incêndio
Se, por um lado, o elevado número de profissionais e meios de apoio é bem vindo, analizando as razões pelas quais a componente voluntária tem vindo a diminuir, a actual situação não deixa de ser preocupante por traduzir uma realidade sociológica caracterizada pela desertificação do Interior, pelo abandono das terras e pela insustentabilidade de grande parte do território nacional.
Não é a atribuição de verbas, sobretudo destinadas a grande obras públicas, cerne desta política que se prolonga há décadas, que tem demonstrado ser capaz de fixar as populações residentes, menos ainda de atrair novos habitantes, que não se sentem atraidos por empregos pouco estimulantes, serviços públicos e de saúde cada vez mais distantes e poucas compensações fiscais que serão insignificantes para a maioria dos contribuintes portugueses.
Os custos de uma política errada, pagam-se não apenas a nível do sub-desenvolvimento regional, mas também no esforço financeiro necessário para proteger a floresta dos fogos, algo que ao longo de séculos foi responsabilidade dos proprietários, que dela tiravam o seu sustento, e agora transita para o Estado, que deste custo não retira qualquer rentabilidade.
Os investimentos públicos, muitas vezes substanciais, que foram efectuados nestas zonas, com especial incidência em vias de comunicação e praticamente sem incluir infraestruturas de apoio à actividade productiva, alidados ao encerramento de serviços de saúde e tribunais, demonstram que os erros políticos de sucessivos governos se pagam cada vez mais caro e a sua irreversibilidade parece cada vez mais complexa, resultando em poucas melhorias para a qualidade de vida das populações residentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário