quarta-feira, novembro 26, 2008

Realizou-se o PROCIV IV, um simulacro com pré-aviso - 2ª parte


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Um heli ao serviço da Protecção Civil

Um dos problema principais resulta de estes exercícios não permitem determinar com rigor quantos elementos adstritos ao socorro e à segurança efectivamente ficariam contactáveis em caso de colapso do sistema de comunicações e destes quais optariam por apenas acorrer após se certificarem de que as respectivas famílias estavam bem.

Quando ocorreram as cheias em New Orleans, um dos problemas com que o socorro e a manutenção da ordem pública se depararam foi a falta de efectivos, dado que muitos, alguns estimam em 50%, não compareceram ou apenas o fizeram após averiguar ou solucionar situações pessoais, algo que, independentemente de quaisquer críticas, terá que ser entendido como parte da condição humana.

Aliás, a resposta de um participante, a mais honesta que se pode dar perante uma situação fictícia, apontava exactamente neste sentido e será exemplificativa de um comportamento que, não temos dúvidas, será adoptado por muitos, do que poderá resultar, ao contrário do anunciado, uma substancial redução do número de efectivos disponíveis.

Esta situação pode ser potenciada pelo colapso da rede de comunicações, seja devido a danos nas infraestruturas, seja como resultado da sobrecarga que se verifica em situações de desastre, o que impede a transmissão de mensagens urgentes que não recorram a uma rede própria, algo que deve ser equacionado em qualquer exercício por se tratar de uma possibilidade real.

A própria Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil criticou a divulgação do simulacro, dizendo que não vai produzir resultados rigorosos, facto que é intuitivo, mas que ganha especial gravidade quando se recorre a situações análogas vividas noutros países, onde a realidade desmente muitas das conclusões abusivamente retiradas de exercícios.

Sendo essenciais, os simulacros só alcançam verdadeiramente os seus objectivos se permitirem avaliar a reacção dos meios de socorro nas sua várias vertentes e, neste caso, a da disponibilidade de meios não foi testada, pelo que as surpresas poderão acontecer no futuro e comprometer os planos mais bem elaborados.

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