Transporte de uma vítima pelo INEM
Embora se possa imputar esta morte ao atraso no socorro por parte do INEM, a verdade é que se deve ir mais longe e analisar a formação e qualificações dos tripulantes das ambulâncias de socorro e o equipamento e medicamentos ao seu dispor, do que resultaria uma distribuição diferente das missões e uma maior adequação dos meios a cada intervenção.
A futura criação de uma categoria de profissionais de emergência, ou paramédicos, com 1.500 horas de formação em vez das actuais 210 e a inclusão de um conjunto de meios nas ambulâncias de socorro, evitaria o inevitável recurso às VMER, nem sempre disponíveis e muitas vezes com uma tripulação com qualificações muito superiores às necessárias, mas cuja presença é inevitável dada a inexistência de um escalão de formação intermédio.
A existência de desfibriladores automáticos externos, tal como proposto pelo INEM, em conjunto com o treino e qualificação das tripulações requerido pelo Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE) e uma rede de cuidados de saúde planeada de modo a que se possa realizar um conjunto de intervenções sem a necessidade de deslocações prolongadas, são obviamente essenciais para evitar a perda de vidas humanas nestas condições.
Igualmente importante, e tantas vezes esquecido, é a complementaridade entre INEM e bombeiros, que são detentores da maior frota de ambulâncias de socorro em Portugal, e cuja importância tende a ser minimizada por parte de quem organiza o dispositivo e efectua um planeamento que ignora realidades básicas.
Sem uma integração adequada de todos os meios, respeitando todos os intervenientes e valorando-os de acordo com as suas capacidades e meios, o socorro em Portugal continuará a apresentar defeciências das quais continuarão a resultar a perda de vidas humanas que, de outra forma, poderiam ser salvas.
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