A suspensão das estradas na Serra da Estrela, bem como de outros investimentos me zonas do Interior do País, já de sí deprimidas económica e socialmente e tendencialmente mais isoladas, onde as vias de comunicação representam não apenas uma mais valia, mas uma condição para a sustentabilidade das populações.
No entanto, não estamos a falar apenas de questões económicas, mas também de uma complexa envolvente social e da mensagem que se envia às populações quando se opta regularmente pelas grandes obras junto do litoral, onde as infraestruturas são numerosas, em detrimento de outras mais pequenas que podem ser decisivas para os habitantes locais e assim se sentem abandonados pelo poder central.
Para além de estimular a fuga de habitantes, sobretudo os mais jovens e qualificados, a opção por obras de grande envergadura que pouco servem o Interior, refugiando-se no adjectivo "estrutural", quando efectivamente aquilo que vai estruturar o País está muito mais relacionado com a formação e o investimento em tecnologias ou producções diferenciadoras e de valor acrescentado, contribuem para migrações internas no sentido inverso ao necessário.
Igualmente grave é o facto de, em virtude de opções que consideramos erradas, o socorro e o próprio apoio às populações depender cada vez mais da rapidez com que os meios possam chegar aos locais onde são necessários, para o que as vias de comunicação são essenciais.
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