Em dez anos desapareceu mais de um quinto da floresta portuguesa, se considerarmos que em 1995 os povoamentos florestais ocupavam 3.200.000 de hectares do território e em 2005, estima-se que houvesse apenas 2.500.000 de hectares.
Dos violentos incêndios dos últimos anos, que alteraram drasticamente este panorama, resulta uma descida de 21% a nível nacional, mas que, nalguns distritos, assume proporções ainda mais graves.
Este é um dos cenários traçados na análise feita no livro "Portugal: o vermelho e o negro", de Pedro Almeida Vieira, engenheiro biofísico, que será lançado pela Dom Quixote em breve.
A violência com que o fogo tem devorado a nossa floresta, principalmente nos últimos cinco anos, conduziu a uma taxa de regressão florestal da ordem dos 21%, ou seja, a floresta deixou de ter a dimensão espacial que tinha há uma década.
Recorde-se que apenas entre 2000 e 2005 o fogo devastou 600.000 hectares de povoamentos que incluem 310.000 hectares de pinhais, 220.000 de eucaliptais, sendo os restantes de montados de sobreiro, azinho e outras espécies florestais.
Estes valores, no entanto, não incluem as extensas áreas de mato, incultas ou abandonadas que também arderam, pelo que a sua adição aos totais referentes aos povoamentos aumentam substancialmente os números.
Outros cenários mais optimistas sobre o desaparecimento de pinhais, eucaliptais, montados de sobro ou azinho são traçados pelo autor neste livro, com estimativas e projecções que Pedro Vieira considera complexas de aferir e cálculos difíceis de fazer, uma vez que o último Inventário Florestal Nacional foi feito em 1995 e a Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) não dispõe de dados mais actualizados.
Numa visão mais optimista, o desaparecimento da floresta pode ter sido apenas de 14%, o que, mesmo assim, deixa fortes motivos de preocupação e não augura boas notícias para o desenvolvimento sustentável do espaço florestal.
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