Após queixas de várias entidades que não sabem quantos bombeiros estão disponíveis, estes passarão a ser geridos por via informática, acabando assim com as dificuldades em saber quantos efectivos existem e aonde.
A gestão desta base de dados, que será designada por "Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses" caberá à futura Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), que terá a incumbência de manter actualizado este registo electrónico.com base nas informações das corporações que devem "permanentemente actualizada a informação sobre os seus quadros activos, de reserva e de honra".
Esta actualização será efectuada anualmente, cabendo ao comandante de cada corporação enviar à ANPC e à respectiva câmara municipal, "em modelo próprio, a relação do pessoal que se encontra na situação de actividade".
Também a avaliação de desempenho e fixação de novas regras de recrutamento de comandos, as progressões na carreira e sistemas de avaliação são contempladas no documento entregue à Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e à Associação Nacional dos Municípios Portugueses.
No novo diploma os candidatos a cargos de comando, deverão ter entre 30 e 50 anos, sendo dado a preferencia a oficiais-bombeiros ou, na sua falta, elementos do quadro activo com pelo menos 10 anos de actividade para o cargo de comandantes ou de 5 anos quando se trate de segundos comandantes e adjuntos.
Abre-se uma excepção para "indivíduos de reconhecido mérito no desempenho de anteriores funções de liderança ou de comando", desde que "habilitados com o 12.º ano de escolaridade" e o actual limite de 65 anos de idade para funções de comando é mantido.
No entanto, a existência de uma base de dados não garante, só por sí, o conhecimento da disponibilidade de efectivos, algo que consideramos mais importante do que o total.
Numa estrutura com base no voluntariado, torna-se essencial um sistema que permita saber, com o rigor possível, qual a disponibilidade em cada momento e uma forma de ter uma projecção realista em termos de futuro, essencial para qualquer planeamento sério.
Não é de importância fundamental saber quantos bombeiros existem, mas com quantos de pode contar em cada momento, relacionando os efectivos humanos com os meios materiais de modo a obter a melhor distribuição e equilibrio possível.
Do nosso conhecimento, esta última vertente não foi contemplada, preferindo-se os números em bruto, sempre mais fáceis de obter e muito mais aliciantes tal o número de efectivos para que apontam, do que o conhecimento das disponibilidades e da real capacidade das várias corporações, com dados que permitam conhecer o que podemos chamar como "o País real".
Receamos, pois, que tenhamos novamente um número imaginário, semelhante ao que sucedeu em anos anteriores, com a única diferença de ser lido num écran de computador e não numa folha de papel, mas carecendo do mesmo rigor que tem sido criticado por todos quantos analisam este problema.
A informatização pode e deve ser um auxiliar importante, mas necessita de um planeamento sério e de dados objectivos, sob pena de vir apenas introduzir uma alteração cosmética que, em horas de aperto, se revela completamente inútil.
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