Protótipo do Beriev Be-200 em testes de voo
Para o presidente Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Duarte Caldeira, "os aviões Beriev são uma mais-valia numas situações, mas não noutras devido ao seu porte, já que são demasiado grandes para a maioria das bacias hidrográficas existentes no nosso país".
Também Fernando Curto, presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP), não ficou favoravelmente impressionado com o desempenho do Beriev porque estes "têm pouca mobilidade e demoram muito tempo a levantar voo".
No entanto, o presidente da ANBP considera que houve uma melhoria global no que diz respeito aos meios aéreos destinados ao combate a incêndios.
Recordamos que o hidroavião russo Be-200 tem uma capacidade para até 12.000 litros de água, dependendo da carga de combustível, algo que o coloca num patamar acima dos concorrentes da Canadair, mas tem poucos pontos de água, pois dos 13 identificados nem todos permitem que a aeronave esteja durante 14 segundos em contacto com a água, como ficou demonstrado pelo incidente na barragem da Aguieira.
Quando comparado com os Canadair CL-415, o Be-200 apresenta-se como um peso pesado, pouco manobrável, com uma manutenção e consumos dispendiosos, mas com uma velocidade e autonomia superior, algo que deriva do facto de ter sido concebido para operar num país com as dimensões da Rússia.
O processo de aquisição tem fugido às páginas dos jornais, lembrando o comentário do Ministro da Administração Interna que pretendia que as negociações decorressem com a necessária reserva que, infelizmente, parece transformar-se em secretismo.
É, efectivamente, de lamentar que o relatório final continue por divulgar enquanto, provavelmente, decorrem negociações de aquisição, para o que a avaliação e o escrutínio público é da maior importância como garante da transparência do processo.
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