Quando uma mão lava a outra...ambas ficam sujas
Nas últimas semanas temos vindo a assistir a uma profusão legislativa, ao eventual reforço dos poderes de comissões ou entidades dependentes de uma maioria parlamentar conjuntural, que hoje pertence a um partido político mas que, podendo amanhã pertencer a outro, terá uma orientação e perspectiva semelhante.
A actuação de entidades, seja a nível de comissões de inquérito, avaliação, seguimento, ou de entidades reguladoras dos mais diversos sectores, com uma composição decidida com base numa relação de forças parlamentar, tem-se vindo a pautar pela ineficácia, fruto da inevitável necessidade de justificar as decisões de quem, numa primeira instância, procedeu às nomeações dos seus titulares.
Deste modo, a inutilidade prática dá lugar a uma tentativa de branqueamento da realidade, com inegáveis custos económicos e políticos, arrasando a escassa confiança que os cidadãos depositam em muitos dos detentores de cargos públicos e nos próprios orgãos de soberania.
O controle de um dado orgão ou entidade, terá, forçosamente, de ser efectuado por quem dela não dependa funcional ou organicamente, sendo absolutamente imperioso que sobre esta não recaia qualquer tipo de suspeição, sob pena de produzir resultados constestáveis e, em última instância, rejeitados por uma opinião pública particularmente descrente.
Sem comentários:
Enviar um comentário