terça-feira, julho 24, 2007

Base Aérea da Protecção Civil será em Ponte de Sor


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Um Kamov Ka-32 sobrevoa uma área ardida

O Ministério da Administração Interna (MAI) anunciou que a base aérea destinada a acolher os meios da Protecção Civil adstritos aos combate aos incêndios florestais será localizada em Ponte de Sor.

Quando a Empresa de Meios Aéreos (EMA) foi criada, o MAI decidiu que seria construida uma base permanente que, por razões operacionais, deveria situar-se no Centro do País, de onde os meios poderiam alcançar todo o território nacional.

Neste processo, foram efectuados contactos ente o MAI e o Ministério da Defesa (MDN), no sentido de recorrer a uma das actuais bases militares, tendo sido estudadas opções como Tancos, Monte Real, Beja, Ovar e São Jacinto, esta última a necessitar de extensos trabalhos de recuperação.

Embora o MAI e o MDN desmintam qualquer incapacidade de acordo, foi impossível chegar a um acordo, pelo que a opção foi a de construir uma nova infraestrutura que está orçamentada em 15.000.000 de euros e deverá estar concluida em 2009.

Na selecção do local foram contempladas localizações em Viseu, Seia e Ponte de Sor, acabando por esta última localização por ser selecionada para uma obra que será na sua quase totalidade financiada por verbas provenientes da Comunidade Europeia através do próximo Quadro Comunitário de Apoio.

A base a construir terá uma pista com 1.500 metros de extensão, hangares com 5.000 m2 de área coberta e torre de controle, para além de estruturas de apoio, permitindo alojar em permanência os meios adquiridos pelo Estado e operar aeronaves de grande porte como os Beriev ou os Canadair que se prevê serem adquiridos através de um concurso a lançar brevemente.

A nova base permitirá, espera-se, novos níveis de operacionalidade e uma estrutura logística essencial para a operação dos meios aéreos adstritos à Protecção Civil, sendo um dos mais importantes investimentos nesta área nos últimos anos.

4 comentários:

E disse...

Isto faz de alguma maneira uma certa pena já que os militares e civis não se conseguem entender.

Não vejo razão alguma para que Tancos tenha sido posta de lado. Era perfeitamente utilizável este ano.

Leva-me a pensar se não terá sido essa a razão - e a falta de verbas - para a demissão do presidente da EMA a 23 Julho.

Nuno Cabeçadas disse...

Penso que a demissão do presidente da EMA não tem apenas a ver com a falta de verbas, mas com a falta de sustentabilidade financeira da empresa no futuro.

Após o desastre processual das aquisições de meios, da não atribuição de verbas e de todos os atrasos, bem como a impossibilidade de um acordo com os militares, a EMA pode ter os dias contados ou transformar-se numa fonte de prejuizos.

Um abraço

E disse...

Por acaso estarão os portugueses dispostos a pagar voluntariamente por ter meios aéreos exclusivos à protecção civil? Não.

Acaso uma estrutura destas pode sobreviver sem subsídios, mecenato ou financiamentos estatais? Não.

Valerá a pena ou não para o país ter uma estrutura operacional própria com meios e recursos humanos para evacuações sanitárias, MEDEVAC, combate a fogos florestais, SAR costeiro, vigilância de tráfego, combate ao narcotráfico/terrorismo, transporte VIP do Estado, etc? Sim.

Abraço

Nuno Cabeçadas disse...

Os portugueses estão dispostos a pagar por algo em que acreditam e se há resultados visíveis.

Agora pagar impostos absurdos e não ter acesso à saúde, à justiça, à segurança e a tantos outros direitos, isso ninguém está disposto.

O problema da EMA ou dos meios próprios não pode ser visto isoladamente, mas enquadrado num cenário que é desfavorável a tudo o que seja apresentado como mais uma imposição contributiva.

Um abraço