sexta-feira, setembro 14, 2007

TerraNet testa sistema de telemóveis "peer to peer"


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Site do TerraNet

A empresa sueca TerraNet está a testar uma solução "peer to peer" que se destina a permitir comunicações sem a necessidade de implementar uma infraestrutura fixa.

Este conceito passa por conjunto de dispositivos com um adaptador ou "dongle" que se identificarão mutuamente, constituindo assim uma rede dinâmica capaz de enviar e receber dados entre eles e para equipamentos associados.

Os equipamentos são associados permanentemente a uma dada área, baseado na informação mútua de outros nós da mesma rede, o que permite conhecer a forma de encaminhamento de cada chamada, a qual pode ser alterada dependendo da presença ou não dos pontos intermédios na zona.

De certa forma, simplificando, é um conceito algo semelhante ao que aconteceria se cada um dos telemóveis que utilizamos, em vez de uma comunicação com uma dada antena, estabelecesse sessões com os equipamentos ao seu alcance, de modo a que, como numa corrida de estafetas, a informação fluisse entre eles de modo a alcançar o destino final.

Em zonas remotas, sem uma infraestrutra de rede, esta seria uma solução possível, mas que depende fortemente do nível de implementação e da distância de transmissão e recepção do sinal.

Actualmente, estão a ser realizados testes na Tanzânia e Equador desta tecnologia que permitirá efectuar chamadas gratuitas sem os elevados custos de sistemas acessórios, cuja instalação pode ser impraticável por razões económicas.

Neste momento, esta tecnologia apenas funciona com um número restrito de equipamentos, mas poderá vir a ser uma funcionlidade adicional em todos os telemóveis, especialmente nos que têm Bluetooth.

Uma forma de comunicação baseda nestes conceitos "peer to peer" pode representar o fim do actual modelo de comunicação GSM ou Global System for Mobile, que necessita de uma pesada infraestrutura de antenas e de sistemas de retransmissão fixas, mas tem alguns problemas de implementação, o principal dos quais será a difusão do sistema.

Com um alcance relativamente curto, a viabilidade desta ideia baseia-se na densidade de utilizadores, que assegurariam a continuidade da ligação entre os vários nós, mas caso se verifique uma distância superior à capacidade de transmissão do nó mais próximo e não haja um caminho alternativo, então o trajecto é interrompido.

O outro problema é a sustentabilidade financeira de um modelo que não é, obviamente, do agrado das empresas que investiram na rede GSM, que representa cerca de 70% das comunicações móveis, e que dificilmente estarão dispostas a abdicar de um sistema conhecido, com um grau de fiabilidade elevado e, sobretudo, com uma alta previsibilidade, algo que não acontece com redes que se baseiam na suposição da presença de um dado conjunto de nós.

Independentemente de ser ou não posta em prática, esta é uma ideia interessante e que, caso haja equipamentos mistos suficientemente difundidos no mercado, com capacidade de recorrer a um sistema "peer to peer" quando disponível ou ao actual GSM, pode vir a evoluir no sentido de complementar a actual oferta.

2 comentários:

E disse...

Esta é a minha área de formação. Tive recentemente um projecto académico que usava clusters ou áreas para criar links fiáveis entre diferentes nós. O grande problema é o alcance, débito e a duração da bateria, que se esgota rapidamente se o transmissor estiver a funcionar em modo contínuo fazendo o reencaminhamento das comunicações de outros utilizadores.

Um problema que uma rede infra-estruturada não têm, além da acrescida segurança.

Duvido que o Bluetooth seja o futuro protocolo utilizado para este tipo de serviços peer-to-peer. Talvez uma adaptação e que implique maior alcance e débito no canal de comunicação para multiplexar diferentes utilizadores ao mesmo tempo.

Este tipo de comunicações peer-to-peer já foram implementados em zonas remotas para facilitar o acesso à Internet, usando redes WiFi com antenas de longo alcance. E há mesmo projectos como o MOTOMESH da Motorola que começam a dar os primeiros passos em redes peer-to-peer.

Nuno Cabeçadas disse...

Olá

Eu posso admitir que uma implementação de segurança possa fazer parte das intenções de quem elabora o projecto ou que tentem reduzir o consumo, limitando as funções de encaminhamento, mas o alcance vai ser um problema e tudo vai depender da densidade.

Com uma grande densidade, pode-se colocar parte dos equipamentos em stand-by, poupando no consumo, e as cadeias de retransmissão são asseguradas.

Por outro lado, se houver pouca adesão e a distância entre nós for grande, o sistema não funciona.

Devo dizer que África era o último sítio em que testava um sistema que obriga a distâncias curtas e continuidade de nós.

Um abraço