segunda-feira, setembro 10, 2007

Número de ocorrências durante a noite aumenta


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Combate a um incêndio florestal durante a noite

Para o comandante operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Gil Martins, o número de incêndios iniciados ou detectados duranet a noite, num período de menor vigilânica, é preocupante.

Num ano em que o número de ocorrências diminuiu substancialmente em relação à média dos últimos anos, conforme estatísticas recentemente divulgadas pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais, o aumento do número de fogos iniciados entre as 20:00 e as 09:00 merece uma atenção especial e uma analise cuidada por parte das autoridades competentes.

Para além da menor vigilância e presença no terreno, que atrasam a detecção e o alerta, o facto de os meios aéreos não operarem durante a noite permitem que os fogos atinjam maiores proporções antes de ser possível um combate eficaz.

Segundo o comandante da ANPC, o número de ignições noturnas terá aumentado consideravelmente em Agosto e nos primeiros dias de Setembro, com distritos como o de Guimarães, onde as ocorrências em período noturno já correspondem a 60% do total.

Devemos dizer que o aumento de ignições noturnas poderá ser mais aparente do que real, tal como o será o de fogos postos, por ganharem especial relevância percentual num ano em que o total de ocorrências diminuiu substancialmente e a identificação das causas é facilitada.

Se em anos com maior número de ignições, muitos fogos iniciados de noite são atribuidos a reacendimentos ou a projecções, quando estas possibilidades deixam de ser viáveis torna-se necessário equacionar outras causas que, naturalmente, têm que ser devidamente investigadas.

De certa forma, este problema poderá ser abordado de forma idêntica ao do fogo posto, que num ano com menos ocorrências e onde a investigação pode ser efectuada com maior cuidado, tendem a aumentar, pelo menos em termos percentuais, sem que a tal corresponda um efectivo aumento do total de crimes.

Tal como noutros casos, os fogos noturnos, por se revestirem de um conjunto de particularidades, devem ser devidamente analisados e implementadas medidas de vigilância que permitam seja a sua detecção atempada, seja, quando tal se verifique, a captura dos responsáveis pela ignição.

No entanto, e dado que a vigilância efectiva do terreno se torna particularmente difícil durante a noite, deve-se insistir na prevenção, nomeadamente a nível de medidas de ordenamento e de barreiras naturais, que evitem uma fácil propagação das chamas e as contenham em áreas circunscritas, minimizando os efeitos de ocorrências que não podem ser evitadas na sua totalidade.

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