domingo, setembro 09, 2007

Incêndios em Vinhais, Ponte da Barca e Veiria do Minho


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Bombeiros durante o combate a um incêndio

A meio da tarde havia três incêndios activos em áreas de mato de Vinhais, Ponte da Barca e Vieira do Minho, segundo informação da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC),

No concelho de Vinhais, distrito de Bragança, um incêndio detectado pelas 14:20 foi combatido por 10 bombeiros, apoiados por dois veículos, sendo dado como circunscrito às 15:26.

Por circunscrever está o incêndio que lavra desde as 14:13 em Medronha, no concelho de Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo, e que mobiliza 28 bombeiros, apoiados por 10 veículos e dois helicópteros.

O incêndio que mobilizou mais meios é o de Tabuadelo, no concelho de Vieira do Minho, distrito de Braga, que começou pelas 08:16 e só ficou circunscrito pelas 16:00.

No combate estiveram envolvidos 28 bombeiros, apoiados por oito veículos e dois aerotanques pesados.

Nos dois últimos dias, a ANPC registou um total de 387 incêndios florestais, cujo combate mobilizou 6.970 bombeiros e 1.781 viaturas.

Chamamos, mais uma vez, a atenção para a proporção entre meios terrestres e aéreos, que apresenta este ano valores completamente díspares dos anteriormente verificados.

Se uma proporção normal entre bombeiros e veículos de apoio de aproximadamente 4 a 5 para 1 tem sido uma norma comum, incluindo anos anteriores, a presença repetida de meios aéreos pesados em ocorrências que mobilizam poucas dezenas de efectivos é algo de inédito.

Este ano, temos visto actuar seja os Canadair, seja os Beriev Be-200 em incêndios que contam com menos de meia centena de efectivos no solo, facto que vem demonstrar que o baixo número de ocorrências permite concentrar e utilizar um conjunto de meios que permite conter as chamas com maior facilidade.

Neste enquadramente surge, pois, o comentário do actual titular da Administração Interna quando diz que "Portugal tem meios aéreos a mais" e minimiza o facto de os helicópteros adquiridos pelo Estado não estarem, e deduz-se pelas palavras do ministro, que nem precisarem de estar operacionais.

Se efectivamente se pode estar a assistir a uma intervenção algo exagerada dos meios aéreos, também não deixa de ser verdade que o ataque musculado numa primeira fase dos incêndios acaba por permitir controlá-los com rapidez, libertando assim recursos, inclusivé as próprias aeronaves, que poderão intervir noutra ocorrência.

A utilização destes meios, que tem sido possível devido ao baixo número de ocorrências, não pode, no entanto transformar-se em doutrina, pois dificilmente se poderá repetir num ano considerado normal, onde as condições climáticas não tenham o papel decisivo no controle dos incêndios, pelo que o exemplo deste ano não poderá fazer escola, mas merece ser objecto de análise.

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