domingo, março 02, 2008

Voluntariado e democracia - 2ª parte


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Formatura dos B. Voluntários de Caneças

A adesão a um projecto de voluntariado, com excepção de uma situação em que este esteja na origem, implica quer a integração numa estrutura, quer a aceitação de um conjunto de regras, disposições e procedimentos aos quais está associado uma hierarquia.

Tendo em conta a adesão resulta da liberdade individual do voluntário, a mesma não é coartada pela obrigatoriedade da aceitação deste conjunto de pressupostos, mesmo que numa primeira vista possam parecer uma imposição ou uma contradição relativamente aos direitos de quem tomou uma opção livre.

Efectivamente, a liberdade está na decisão de adesão, não na posterior aceitação ou recusa de um compromisso assumido, seja em termos hierárquicos, seja funcionais, do que resultaria um clima de indisciplina generalizado.

A questão da chefia ou liderança pode parecer fútil, inclusivé pode levar a confundir uma com a outra, mas o pressuposto de que derivam de uma legitimidade diferente

A chefia é legitimada de forma institucional, ou seja, através da nomeação de um determinado indivíduo para um cargo

Para além da organização a nível de estrutura directiva e de meios, a importância de uma liderança competente, credível, eficiente e aceite é determinante para o bom funcionamento e para o cumprimento de missões.

A escolha de uma liderança é determinada pelos processos, que se baseiam em regras pré-determinadas onde pode haver um sistema mais ou menos participativo, e por critérios de selecção, que impõe regras individuais que abream a possibilidade de uma nomeação, sempre no pressuposto de que nenhuma liderança, em termos operacionais, obedece às regras democráticas.

A identificação de novos líderes será sempre tarefa difícil, dada a impossibilidade de desenhar uma fórmula ou receita que promova o seu aparecimento, mas podem-se estipular critérios a vários níveis que facilitem o processo de selecção.

Entre estes, são comummente aceites, e muitas vezes legislados, critérios que vão desde as habilitações literárias à experiência profissional, passando pelo desempenho de funções subalternas na mesma área de actividade, mas factores a nível de avaliação psicológica, motivacional ou relacional, às vezes mais determinantes, são esquecidos ou ignorados.

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