quarta-feira, agosto 20, 2008

Bombeiros de Salvaterra suspendem transportes não urgentes


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Ambulância de transporte dos bombeiros

Os Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos suspenderam o transporte de doentes não urgentes com base na incapacidade financeira de suportar os custos resultantes desta actividade.

Após vários avisos ao Governo e a colocação de faixas nas ambulâncias de diversas corporações com o pedido de "socorro", a previsível evolução seria no sentido de suspender o transporte de doentes não urgentes, actividade deficitária, de modo a que esta não comprometesse os recursos necessários para as acções de socorro.

A insistência da Liga dos Bombeiros Portugueses no sentido de obter pelo menos 60 cêntimos por quilómetro, considerado como o um mínimo absoluto para manter esta actividades nas corporações não teve eco no Ministério da Saúde, que impôs unilaterlamente um valor de 47 cêntimos, considerado insuficiente pelas associações, que exigem um mínimo de 60, e comprometedor do equilíbrio financeiro das corporações.

A suspenção do transporte de doentes não urgentes, que não implicam a presença de socorrista, tem óbvias consequências para as populações, que serão obrigadas a encontrar alternativas ou, eventualmente, a pagar o serviço, mas é compreensível que, quando as corporações não possuam os recursos suficientes, estes sejam canalizados para o socorro.

Após os Voluntários de Salvaterra, é possível que outras corporações sigam o exemplo, criando assim uma maior pressão sobre a tutela, mas, durante o período em que o braço de ferro durar, serão as populações das áreas mais empobrecidas e envelhecidas a suportar os inconvenientes de uma situação que há muito devia ter sido resolvida através de uma negociação que se baseasse em dados objectivos resultantes dos custos da actividade e não fossem condicionados pela recusa do Ministério da Saúde em pedir uma verba suplementar para o efeito.

Os problemas orçamentais do País devem, obviamente, ser tidos em conta, sendo perceptível a razão pela qual a tutela recusa as pretensões dos bombeiros, mas, com a diferenciação em função da realidade local, alguma imaginação e a redistribuição de algumas verbas, seria possível aumentar o valor por quilómetro sem comprometer os limites impostos pelo Orçamento de Estado ao Ministério da Saúde.

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