sexta-feira, agosto 08, 2008

Detido por suspeita de atear sete fogos


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Combate a um incêndio florestal

O suposto responsável por sete focos de incêndio que deflagraram na passada quarta-feira em Miranda do Corvo foi detido pela Polícia Judiciária (PJ), anunciou fonte desta instituição policial.

O suspeito é um jovem trabalhador-estudante de 20 anos, residente em Coimbra, que terá usado fósforos para ir ateando as chamas à beira da estrada por onde circulava, altura em que terá sido avistado por populares.

O detido, que parecia atear os focos de modo aleatório, sem saber a quem pertenciam as propriedades e sem motivo aparente, foi hoje presente a Tribunal para um primeiro interrogatório judicial e determinação das medidas de coação.

Este comportamento, por parte de quem surge como aparentemente inserido na sociedade, neste caso a trabalhar num restaurante em regime de tempo parcial e investindo na sua própria formação, é algo até agora inexplicável e não se enquadra no perfíl do incendiário típico, resultante de estudos e dos dados estatísticos existentes.

Situações ligadas a falta de inserção social, dependência de álcool ou drogas, motivações pessoais que incluem, normalmente, vingança, problemas patrimoniais e incendiarismo ou outro comportamento desviante estão muitas vezes na origem de fogos ateados deliberadamente, sendo normal que se conjuguem diversas destas permissas para que se verifique uma acção criminosa.

Eventualmente, após interrogatório judicial, poderá perceber-se melhor as razões de um comportamento criminoso, muitas vezes demasiado tolerado ou punido sem o rigor que as consequências potenciais, que incluem, no limite, a perda de vidas humanas, deviam exigir.

Recordamos que número de ocorrências atribuidas a fogo posto, entendido como intencional e excluindo a negligência, tende a ser muito acima dos que parecem ser confirmados seja pelas detenções, seja por indícios claros no terreno, justificando-se esta tendência pela necessidade de responsabilizar outrém pela falta de investimento na prevenção, embora tal não invalide, obviamente, a existência de comportamentos dolosos.

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