sexta-feira, outubro 17, 2008

Terminou a "Fase Delta" e começou a "Fase Echo"


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Veículo de salvamento dos bombeiros

A 15 de Outubro terminou a "Fase Delta" de combate aos fogos florestais e começou a "Fase Echo", do que resultou uma substancial redução dos meios disponíveis a nível de aeronaves.

Durante a "Fase Delta", criada para obviar ao prolongamento da fase crítica, tal como sucedeu no ano passado, estiveram mobilizados perto de 4.000 elementos, apoiados por 917 viaturas e 26 meios aéreos, efectivo esse último número foi substancialmente reduzido na passada quarta-feira, dia em que se passou à "Fase Echo".

A "Fase Echo", que visa combater os fogos fora do que se convencionou chamar a "época normal" de incêndios, inclui quase o mesmo número de efectivos para combate terrestre, com 3.923 elementos, apoiados por 915 veículos, mas apenas dois helicópteros como apoio aéreo, o que contraria as tácticas de primeira intervenção utilizadas e compromete em muito a acção das unidades helitransportadas, como os "canarinhos" ou os militares do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS).

Apesar de neste ano, segundo os dados provisórios da Autoridade Florestal Nacional (AFN), apenas terem ardido 12.861 hectares, entre povoamentos, 4.395 hectares, e matos, com 8.466 hectares, a que corresponde uma redução de perto de um terço em relação ao ano anterior, esta redução desproporcionada de meios aéreos pode comprometer a eficácia do combate e inverter, mesmo que ligeiramente, esta tendência.

Seria expectável que a redução mantivesse a proporcionalidade entre os vários componentes operacionais, factor essencial para manter as tácticas utilizadas até hoje com base numa primeira intervenção rápida, mas os custos dos meios aéreos quando comparados com os dos bombeiros voluntários parece ditar uma nova abordagem.

Nestas alturas, torna-se óbvio que a redução de custos é obtida através do recurso ao voluntariado, assumindo-se que o acréscimo de risco individual resultante da quase inexistência de meios aéreos, parece ser tolerado institucionalmente, tal como o é a diminuição da eficácia, resultante de um maior tempo de resposta resultante da falta de aeronaves.

Podemo-nos interrogar se esta alteração no dispositivo, desproporciondada nos seus componentes, será a que corresponde aos requisitos operacionais ou, tão somente, aos imperativos orçamentais, nos quais valores como a eficácia ou a segurança parecem ter pouco peso quando confrontados com as poupanças resultantes de um dispositivo constituido por mão de obra barata.

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