Nos anos em que ocorreram mais incêndios, esta situação era patente perante o extraordinário esforço realizado por perto de 4.000 voluntários que, incansavelmente, combateram as chamas dias a fio, sem que houvesse uma rotação que permitisse prolongar as operações, consolidar os resultados e diminuir os riscos resultantes de um cansaço excessivo.
A actual crise e o aumento do desemprego poderia, segundo a APBV ter como resultado uma maior afluência ou disponibilidade de voluntários, mas terá outra vertente, concretamente a nível migratório, com os fluxos a sairem de áreas do Interior mais deprimidas rumo às grandes metrópoles ao a países estrangeiros.
O facto é que esta semi-profissionalização, misto de voluntários parcialmente pagos, de contratados que se vêm por tantas vezes em situações indefenidas, fruto de vínculos dúbios, suplementados por um conjunto proporcionalmente muito reduzido de profissionais não permite uma articulação adequada nem um planeamento realista, sendo de rever as actuais políticas no sector.
As alterações climáticas e a maior distribuição de ocorrências durante o ano, fora da época de férias onde há maior disponibilidade de voluntários obriga a reflectir e a equacionar um aumento dos efectivos profissionais, algo que, numa época de aumento do desemprego, pode apresentar-se como uma dupla vantagem, dando emprego a quem dele necessita e melhorando a qualidade e prontidão do socorro.
Sabendo-se que a profissionalização e uma maior formação é, manifestamente, o caminho a seguir, o enquadramento dos voluntários como complemento essencial para assegurar a permanente disponibilidade de meios de socorrro terá forçosamente de ser revisto, revendo regras e estabelecendo critérios que ajudem a determinar quais os efectivos realmente disponíveis em cada momento.
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