sábado, abril 04, 2009

Incêndios num ano de todas as eleições


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Um incêndio florestal

Num ano em que se realizam diversos actos eleitorais, a problemática dos incêndios florestais e a possibilidade de, após anos de acalmia, haver um forte aumento de área ardida poder influenciar o voto dos eleitores, sobretudo daqueles que forem mais directamente atingidos por este flagêlo, é preocupação da classe política.

Lembramos que, segundo a tradição política, quando os resultados são positivos, tal se deve, alegadamente, à acção do Governo em funções, seja de que partido for, mas quando o contrário sucede, será, certamente, culpa de factores climáticos e outros imponderáveis que derrotam a melhor das estratégias.

No entanto, a exploração para fins eleitorais da luta contra os fogos, baseando-se em meras estatísticas e não numa análise objectiva que avalie a situação não apenas com base nos resultados, que serão cada vez melhores na medida em que cada vez existe menos floresta para arder, será inevitável e, infelizmente, terá eco junto de grande parte da opinião pública.

Seria de avaliar o sucesso das operações deste ano não apenas com base no número de ocorrências ou no somatório das áreas consumidas pelas chamas, mas também por todo o trabalho de prevenção, de reflorestação, de planeamento e de solidariedade para com as regiões mais deprimidas, aspectos onde efectivamente as opções políticas serão relevantes.

Voltar a julgar o sucesso ou fracasso com base apenas em algumas estatísticas, que não traduzem toda a realidade, acaba por resultar numa avaliação injusta, baseada sobretudo nos factores sobre os quais existe menor controle dado serem condicionalismos climáticos que, apesar de protenciados por questões estruturais, dificilmente podem revestir-se de culpa.

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