Há, obviamente, que distinguir entre situações que decorrem, essencialmente, de factores naturais, como as cheias no Ribatejo, e as que resultam sobretudo da acção humana, como o caso da maioria dos problemas verificados em Lisboa, onde o apuramento de responsabilidades continua permanentemente adiado, não obstante as evidências que todos reconhecem.
Sabe-se que, pela sua orografia, Lisboa apresenta um largo conjunto de zonas vulneráveis, mas o perigo foi potenciado ao longo de anos e o aumento da ocupação do sub-solo e a crescente impermeabilização dos solos, bem como absurdas autorizações de construção em leitos de cheia agravaram em muito este problema que se extende a áreas circundantes.
Ao contrário de anos anteriores, não nos apercebemos de limpeza de ruas, sarjetas e outros sistemas de escoamento de águas, da responsabilidade das autarquias, talvez resultado de restrições financeiras, mas também o avolumar de obras, algumas em curso, em zonas sensíveis contribui em muito para este resultado que se repete anualmente com as primeiras chuvas.
No entanto, obras de vulto, essenciais em diversos locais, dos quais Sacavém é um bom exemplo, continuam adiadas, com as autarquias a recusar assumir responsabilidades pelo mau planeamento de obras que executam ou autorizam após vistoria técnica, tendo-se assistido a declarações absurdas e mesmo insultuosas, como a de responsabilizar exclusivamente o mau tempo pelos estragos.
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