quarta-feira, janeiro 11, 2006

Água do mar para o combate a incêndios


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Imagem da costa portuguesa

A água do mar poderá vir a ser usada no combate aos incêndios sem causar problemas ambientais graves, segundo um parecer do Laboratório Nacional de Engenharia Civil.

O estudo do LNEC procurou identificar os efeitos das descargas de água salgada sobre os solos, lençois subterrâneas, vegetação e habitats, concluindo que o impacte a nível ambiental não é preocupante.

Actualmente, a água salgada é usada no combate a incêndios em diversos países, como a Grécia, onde este método é utilizado há mais de 30 anos.

Em Portugal, no entanto, a opção tem sido rara e deve-se mais a condições de seca do que a uma opção táctica, pelo que apenas em 2005 este valioso contributo na luta contra os fogos veio auxiliar o esforço dos bombeiros.

Caso se venha a optar pelos aviões pesados Beriev B-200 de origem russa, como pretende o Governo, a opção pela água do mar será quase inevitável, pois as dimensões, velocidades de aproximação e sustentação e a extensão necessária ao seu reabastecimento de água, limita as possibilidades de operar a partir de muitas albufeiras a que aparelhos mais pequenos conseguem recorrer.

Pensamos que será precisamente a necessidade de estimar as performances operacionais dos Beriev, bem como as consequências ambientais resultantes, que levaram à elaboração de um estudo que necessita de ser extremamente completo de forma a evitar surpresas desagradáveis.

Ao contrário do que muitos podem pensar, substituir um Canadair por um B-200 é muito mais do que aumentar o volume das descargas, pois implica a revisão de uma série de técnicas e tácticas que não podem ser equacionadas de ânimo leve e obrigam a novas formas de coordenação e comunicação com os elementos em terra.

Esperemos que todos estes procedimentos sejam devidamente revistos, testados e treinados, de modo a evitar situações complexas que venham a transformar-se em acidentes graves.

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