quarta-feira, janeiro 11, 2006

Aumento de verbas da Misericórdia para voluntários


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Brazão da Misericórdia de Lisboa

A fatia que cabe aos bombeiros na divisão das receitas dos jogos da Santa Casa da Misericórdia vai duplicar e poderá ultrapassar este ano os sete milhões de euros.

A revelação foi feita pelo secretário de Estado da Administração Interna, Ascenso Simões, na cerimónia de tomada de posse dos corpos executivos da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que decorreu em Torres Vedras, para quem a verba passará de 3.500.000 para uma estimativa de 7.000.000.

A reivindicação de medidas governativas que permitam o desenvolvimento sustentado dos bombeiros é, de resto, um dos objectivos traçados por Duarte Caldeira, reconduzido em Novembro para o terceiro mandato à frente dos destinos da LBP, sendo que o segundo passa por promover a reorganização de todos os corpos e associações de bombeiros.

Na análise que fez do sector, o presidente da LBP identificou cinco grandes problemas: o modelo esgotado do Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, a instabilidade em que vive, a falta de financiamento da actividade dos bombeiros, "a desresponsabilização do Ministério da Saúde quanto aos compromissos assumidos", os entraves ao voluntariado e as falhas operacionais.

Sentado na mesa de honra, Ascenso Simões ouviu ainda Duarte Caldeira repetir que se trata de um "erro" a criação do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR, aprovada em Dezembro pelo Governo mas mostrou-se inflexível, afirmando que "a prevenção cabe aos serviços florestais, a vigilância à GNR e o combate aos bombeiros".

A criação do GIPS já foi comentado por nós, mas é sempre de salientar a fraca disponibilidade que vai resultar da criação desta unidade, derivado dos escassos efectivos reais, agravado pelo sistema de escalas, de que resulta que possa operar apenas em 5 distritos.

Assim, estarão permanentemente disponíveis uma dúzia de elementos do GIPS em cada um destes 5 distritos, o que é completamente insuficiente e, mais grave, uma má utilização do dinheiro público, já que estes militares são subtraidos às normais funções de policiamento, para as quais estão treinados, a um custo que seria muito mais eficaz se atribuido aos bombeiros ou às autarquias.

Apesar da intransigência que se verifica actualmente por parte do Governo, ainda se espera que uma perspectiva mais realista venha a pervalecer sobre uma ideia que continuamos a não compreender, sobretudo se tivermos em conta a actual crise financeira e a urgência em encontrar soluções para o problema dos incêndios florestais.

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