Incêndios florestais no Verão de 2005
O moral dos portugueses foi avaliado em 3.03 numa escala que vai até 10, distanciando-se da média europeia, que em 2005 foi de 4.68, com os belgas a mostrarem-se os mais optimista, com 5.89, seguidos dos espanhois com 5.64.
Como razões principais, os portugueses apontaram para dois factores, a crise económica, que parece eternizar-se, e os fogos florestais, que se repetem anualmente.
Se a referência à crise económica era expectável, os fogos florestais podem ser uma surpresa para muitos, sobretudo se tivermos em conta a actual estrutura demográfica do País e o facto de as zonas mais atingidas pelos incêndios estarem a despovoar-se.
No entanto, os fogos florestais de Verão enviam uma mensagem particularmente grave que se consubstancia na incapacidade do Estado de defender pessoas e bens, falhando numa das suas principais razões de existir.
Os resultados de uma campanha desastrosa, a falta de resposta política e a incapacidade de mobilizar a sociedade civíl, resultaram na convicção generalizada de que no próximo ano, caso as condições meteorológicas se mantenham semelhantes às de anos anteriores, voltaremos a assistir a algo de semelhante, com fogos descontrolados a destruir a cada vez mais escassa mancha verde que ainda resta, perante a impotência dos Bombeiros e os lamentos estéreis de governantes em quem já poucos confiam.
Se a solução para a crise económica, pela necessidade de alterações estruturais, poderá demorar anos a concretizar-se, uma maior eficácia na prevenção dos incêndios florestais pode ser obtida através de um conjunto de medidas com efeitos a curto prazo que contribuam para a diminuição deste flagelo.
A falta de confiança, mais do que da existência de problemas ou dificuldades, resulta sobretudo da inexistência de perspectivas de melhorias em aspectos fundamentais, pelo que se impõe a adopção urgente de medidas enérgicas que enviem uma mensagem de confiança.
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