sexta-feira, dezembro 08, 2006

Bombeiros fazem dois serviços por minuto


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Inundações em Portugal

Um relatório da responsabilidade da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), permite concluir que os voluntários, nestes primeiros 10 meses de 2006, asseguraram dois serviços por minuto.

Entre os dias 1 de Janeiro e 31 de Outubro, foram realizados 881.538 serviços, correspondendo a quase 3.000 por dia, sem incluír os transportes de doentes não urgentes, estimados em cerca de 6.000 deslocações diárias.

No topo encontra-se a emergência pré-hospitalar, que corresponde a perto de 60% do volume total, seguindo-se os acidentes rodoviários e outros, com 4.7% e os incêndios com cerca de 4.5%.

Neste número incluem-se 102.613 serviços, correspondentes a 11.6% do total, que são efectuados fora do âmbito da emergência e do socorro, incluindo-se serviços de prevenção em espectáculos, eventos desportivos, abastecimento de água, limpeza de vias ou queimadas.

Ainda de acordo com o estudo da ENB, 63% das intervenções são da responsabilidade de bombeiros voluntários, sendo as restantes efectuadas por elementos remunerados.

Para o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) este número está para além do limite da capacidade de esforço das corporações de muitas zonas do País e considera que "esta quantidade de serviços corresponde a um patamar limite na maior parte dos casos e noutros ultrapassa o admissível".

Perante estes números, o problema dos falsos alertas, ontem mencionado, assume-se como um problema de extrema importância, dado consumir uma substancial parte dos cada vez mais escassos recursos disponíveis.

Por esta razão, temos vindo a insistir na necessidade absoluta de implementar um sistema de localização de chamadas, bem como outras medidas complementares de dissuasão, e de reforçar os meios das corporações que hoje enfrentam maiores dificuldades de resposta, para o que é necessário equacionar novas soluções a nível de financiamento e de profissionalização.

Estando em discussão um pacote legislativo proposto pelo Governo, que aborda estes temas, torna-se necessário proceder a um debate urgente que implemente as necessárias alterações num conjunto de diplomas francamente incapazes de resolver os problemas das associações e que os podem agravar seriamente através da desmotivação que estão a provocar.

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