Um relatório da responsabilidade da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), permite concluir que os voluntários, nestes primeiros 10 meses de 2006, asseguraram dois serviços por minuto.
Entre os dias 1 de Janeiro e 31 de Outubro, foram realizados 881.538 serviços, correspondendo a quase 3.000 por dia, sem incluír os transportes de doentes não urgentes, estimados em cerca de 6.000 deslocações diárias.
No topo encontra-se a emergência pré-hospitalar, que corresponde a perto de 60% do volume total, seguindo-se os acidentes rodoviários e outros, com 4.7% e os incêndios com cerca de 4.5%.
Neste número incluem-se 102.613 serviços, correspondentes a 11.6% do total, que são efectuados fora do âmbito da emergência e do socorro, incluindo-se serviços de prevenção em espectáculos, eventos desportivos, abastecimento de água, limpeza de vias ou queimadas.
Ainda de acordo com o estudo da ENB, 63% das intervenções são da responsabilidade de bombeiros voluntários, sendo as restantes efectuadas por elementos remunerados.
Para o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) este número está para além do limite da capacidade de esforço das corporações de muitas zonas do País e considera que "esta quantidade de serviços corresponde a um patamar limite na maior parte dos casos e noutros ultrapassa o admissível".
Perante estes números, o problema dos falsos alertas, ontem mencionado, assume-se como um problema de extrema importância, dado consumir uma substancial parte dos cada vez mais escassos recursos disponíveis.
Por esta razão, temos vindo a insistir na necessidade absoluta de implementar um sistema de localização de chamadas, bem como outras medidas complementares de dissuasão, e de reforçar os meios das corporações que hoje enfrentam maiores dificuldades de resposta, para o que é necessário equacionar novas soluções a nível de financiamento e de profissionalização.
Estando em discussão um pacote legislativo proposto pelo Governo, que aborda estes temas, torna-se necessário proceder a um debate urgente que implemente as necessárias alterações num conjunto de diplomas francamente incapazes de resolver os problemas das associações e que os podem agravar seriamente através da desmotivação que estão a provocar.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário